Ibovespa fecha em queda com realização de lucros puxada por Embraer; Minerva dispara

Publicado 20.03.2025, 17:06
© Reuters. Tela de cotações da B3 em São Paulo n6/7/2023 nREUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, após seis altas consecutivas, reflexo de realização de lucros, com as ações da Embraer entre os maiores declínios, enquanto os papéis da Minerva dispararam mais de 8% após resultado trimestral e perspectiva de redução da dívida.

O penúltimo pregão da semana também foi marcado pela repercussão da decisão de política monetária do Banco Central brasileiro, que confirmou as expectativas e elevou a Selic para 14,25% ao ano na véspera, enquanto indicou um ajuste menor na próxima reunião, em maio, se confirmado o cenário esperado.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,42%, a 131.954,9 pontos, após marcar 132.712,52 pontos na máxima e 131.813,03 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$24,14 bilhões, em sessão véspera de vencimento de opções sobre ações na B3 (BVMF:B3SA3).

O recuo ocorreu após o Ibovespa completar na quarta-feira uma sequência de seis altas, o que não acontecia desde agosto do ano passado, quando fechou no azul em oito pregões seguidos. Na série de ganhos até a véspera, acumulou um ganho de mais de 7%.

Na visão do chefe de renda variável da Nero Capital, Daniel Utsch, a bolsa brasileira tem se beneficiado nas últimas semanas do movimento de rotação (de portfólios) no cenário global, mas também mostrado alguma correlação com pesquisas de opinião sobre o governo, dada a decepção com a atual política fiscal.

Dados da B3 endossam a tese da rotação, com as compras de ações por estrangeiros no mercado secundário superando as vendas em R$4,46 bilhões em março até o dia 18. No ano, esse saldo está positivo em R$13,16 bilhões. Até a véspera, o Ibovespa acumulava uma valorização de 10% no ano.

Utsch ponderou que ainda vê um cenário macroeconômico desafiador para as ações, e assim não consegue ficar tão posicionado, mas que também não consegue apostar tanto contra, porque o mercado está muito leve e fatores como um fluxo externo ou alguma melhora fiscal podem levar a uma alta muito grande.

DESTAQUES

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) caiu 6,72%, após renovar máximas históricas na véspera, vinda de uma sequência de seis altas. Até a véspera, as ações da fabricante de aviões acumulavam uma valorização de mais de 40% em 2025, em meio a resultados fortes e perspectivas otimistas para as vendas da companhia.

- PETRORECONCAVO ON recuou 2,49% após mostrar lucro líquido de R$32,4 milhões no quarto trimestre do ano passado, enquanto o Ebitda somou R$403 milhões. A companhia também disse que suas reservas de petróleo atingiram 183,8 milhões de barris de óleo equivalente no final do ano passado.

- CAIXA SEGURIDADE ON perdeu 2,5%, após precificar oferta secundária de ações a R$14,75 por papel. A venda foi feita pela Caixa Econômica Federal, acionista controlador, que se desfez de um total de 82,38 milhões de ações da companhia.

- MINERVA ON (BVMF:BEEF3) saltou 8,41%, após reportar Ebitda consolidado de R$943,7 milhões no quarto trimestre do ano passado, crescimento de 55,8% ano a ano. Executivos da maior exportadora de carne bovina da América do Sul também disseram que a companhia conseguirá reduzir a dívida neste ano e em 2026.

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) fechou em queda de 0,44%, depois de desabar mais de 8% na abertura, após divulgação do balanço. Executivos da operadora de saúde afirmaram esperar que 2025 seja um ano de crescimento, com equipes mais focadas em aumento de vendas e menos distraídas com processos de integração.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 0,22%, endossada pela alta do petróleo no exterior. A estatal também pagava nesta quinta-feira a segunda parcela de remuneração aos acionistas referente ao balanço de 30 de setembro de 2024, no valor bruto de R$0,68 por ação ordinária e preferencial.

- VALE ON (BVMF:VALE3) recuou 0,31% acompanhando a fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, em meio a preocupações persistentes sobre a demanda chinesa pelo principal ingrediente da fabricação de aço com a escalada da guerra comercial global.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou em queda de 0,93%, em dia mais negativo para o setor no Ibovespa, com BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedendo 0,48%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) mostrando variação negativa de 0,49% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) fechando com decréscimo de 1,59%.

- POSITIVO ON, que não está no Ibovespa, avançou 3,17% após divulgar o balanço do último trimestre do ano passado, bem como previsão de receita bruta entre R$4,4 bilhões e R$4,8 bilhões para 2025.

- RANDONCORP PN perdeu 4,08% após divulgação do balanço do quarto trimestre do ano passado, enquanto o conselho de administração aprovou mudanças no comando, com Daniel Randon (BVMF:RAPT4) assumindo como CEO da Randoncorp, enquanto Anderson Pontalti ocupará o cargo de CEO da Frasle Mobility.

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