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Ibovespa fecha estável de olho em política; JBS dispara mais de 20%

Publicado 25.05.2017, 19:34
© Reuters. Telão eletrônico durante sessão da Bovespa no centro de São Paulo, Brasil
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Por Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou praticamente estável nesta quinta-feira, após trocar de sinal algumas vezes ao longo do dia, com investidores cautelosos diante das incertezas desde as denúncias contra o presidente Michel Temer e após violentos confrontos na véspera em Brasília.

O Ibovespa fechou com variação negativa de 0,05 por cento, a 63.226 pontos. O volume financeiro somou de 8,51 bilhões de reais.

Após a forte queda na semana passada, quando o Ibovespa perdeu mais de 8 por cento na esteira da divulgação de conversa entre um dos sócios da JBS (SA:JBSS3) e o presidente Michel Temer, o movimento de ajuste vinha sendo guiado pela perspectiva otimista de avanço das reformas, mas sem que analistas apontassem uma sinalização de tendência. Nos dois pregões anteriores, o Ibovespa acumulou alta de quase 2,6 por cento.

"A gente continua com uma indefinição muito forte no quadro político... E a realidade é que vamos viver um mercado volátil até termos mais clareza", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.

Em mais uma tentativa de mostrar força para garantir normalidade nos trabalhos no Legislativo, deputados governistas fizeram mutirão na noite passada para aprovar medidas provisórias em poucos minutos. A sessão foi marcada pela ausência da oposição, que abandonou o plenário da Câmara em protesto contra a decisão do presidente Michel Temer de autorizar a presença de militares para garantir a ordem em Brasília. Nesta manhã, no entanto, Temer revogou o decreto que autorizava o emprego das Forças Armadas.

DESTAQUES

- JBS ON disparou 22,54 por cento, com o papel trocando de sinal algumas vezes durante a manhã antes de firmar tendência de alta, mas novamente entrando em leilão algumas vezes ao longo do dia. Apesar dos ganhos desta sessão, a ação ainda acumula perda de 13,6 por cento nos seis pregões desde a delação de executivos da empresa. Segundo operadores, essas quedas acentuadas abriram espaço para compras, amparadas na expectativa por vendas de ativos. Nesta quinta-feira, a notícia de que a JBS já consultou o Bradesco (SA:BBDC4) BBI para trabalhar um plano de vendas voltou a circular na mídia, conforme fontes já haviam antecipado à Reuters na terça-feira.

Operadores destacaram ainda que a volatilidade deve permanecer no papel da companhia e não descartaram a possibilidade de atuação neste pregão da tesouraria da JBS na compra das ações, o que poderia ter ajudado o movimento de alta. Procurada pela Reuters, a empresa não comentou o assunto.

- FIBRIA ON ganhou 6,03 por cento e SUZANO PNA avançou 5,61 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, favorecidas pelo anúncio de reajustes nos preços da celulose que as duas empresas fizeram na véspera.

- EQUATORIAL ON subiu 2,21 por cento. No radar estava a apresentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) da proposta preliminar para a quarta revisão tarifária para a Cemar, distribuidora de energia no Maranhão controlada pela Equatorial (SA:EQTL3), que foi considerada positiva por analistas do BTG Pactual (SA:BBTG11).

- PETROBRAS PN cedeu 1,43 por cento e PETROBRAS ON teve baixa de 2,36 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo, conforme os preços do petróleo no mercado internacional ampliaram as perdas e pressionaram as ações da petrolífera brasileira.

- ELETROBRAS PNB perdeu 3,23 por cento e ELETROBRAS ON caiu 1,72 por cento, devolvendo os ganhos vistos mais cedo, acompanhando mudança de humor no mercado e após altas da véspera.

© Reuters. Telão eletrônico durante sessão da Bovespa no centro de São Paulo, Brasil

- ITAÚ UNIBANCO PN teve baixa de 1,88 por cento e BRADESCO PN recuou 0,69 por cento, ajudando a tirar fôlego do Ibovespa devido ao peso dos papéis no índice.

- SER EDUCACIONAL ON, que não faz parte do Ibovespa, recuou 0,26 por cento, após subir 2,88 por cento na máxima do pregão. Como pano de fundo esteva o cancelamento da oferta pública primária de ações, por meio da qual pretendia levantar até 445 milhões de reais. Para analistas da corretora Brasil Plural (SA:BPFF11), devido à posição de caixa e ao endividamento baixo da empresa, o cancelamento do aumento de capital não deve prejudicar a capacidade da Ser de manter seus investimentos em expansão orgânica e em suas operações de ensino à distância.

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