Investing.com - O futuro do Ibovespa inicia a sexta-feira (9) com ligeira desvalorização de 0,17% aos 81.502 pontos, buscando recuperar as perdas expressivas registradas da véspera. A forte volatilidade nos mercados internacionais, que levou a uma onda de sell-off de ações ainda pode se mostrar presente durante a jornada de hoje.
Na cena interna, a cautela deve ser a palavra de ordem. Ainda mais por conta do Carnaval, com a bolsa brasileira ficando dois dias fechadas e só reabrindo na tarde da quarta-feira. Com a volatilidade presente, os investidores não querem ser surpreendidos após o final do feriado.
Na manhã de hoje, o IBGE informou que em dezembro de 2017, o volume de vendas do comércio varejista nacional recuou 1,5% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, após avançar 1,0% em novembro. Com isso, a média móvel trimestral ficou negativa (-0,4%). Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 3,3% em relação a dezembro de 2016. Foi a nona taxa positiva seguida, embora menos acentuada que a de novembro (6,0%). O acumulado nos últimos doze meses cresceu 2,0%, o maior resultado desde dezembro de 2014 (2,2%).
Durante a madrugada, com os mercados asiáticos em operação, o Congresso dos EUA trabalhou para elevar o teto da dívida. Proposta foi aprovada no Senado. Na Câmara, deve ser votada nas próximas horas. Caso seja aprovada pelos deputados, vai reverter o shutdown (que já está em vigor), mas não garante o fim da volatilidade. O impacto dos gastos públicos no déficit é um dos fatores do estresse. Os deputados têm maior resistência e os democratas contam com o apoio de republicanos mais conservadores.
A aprovação do orçamentário nos EUA pode gerar uma elevação de gastos federais, que é estimada em US$ 300 bilhões para os próximos dois anos. Esse movimento, segundo Kathy Bostjancic (Oxford Economics) contribui para a alta volatilidade nas bolsas. Em entrevista ao Broadcast, ela explicou que com a maior perspectiva de renumeração dos títulos americanos, o valor Treasuries disparam com a demanda, o que leva a um menor apetite por ações.
Os títulos americanos de 30 anos, tiveram importante valorização e agora pagam 2,842%, com a taxa sendo ainda maior para os Treasuries de 30 anos, com rendimento de 3,139%.
Além disso, o forte aquecimento da economia dos EUA pode elevar a pressão inflacionar e obrigar o Federal Reserve a aumentar os juros. Como consequência, os investidores realizam lucros nas bolsas e colocam seus recursos nos títulos. O cenário contribui derrubar as bolsas, elevar a cotação do dólar e a pressionar as commodities.