Ibovespa quase bate 100 mil pontos com ânimo sobre retomada da economia

Publicado 08.07.2020, 17:53
Atualizado 08.07.2020, 17:55
© Reuters. .

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa quase bateu nos 100 mil pontos nesta quarta-feira, fechando em alta de mais de 2%, com apostas positivas na retomada econômica em um ambiente de taxas de juros extremamente baixas prevalecendo sobre o cenário ainda nebuloso quanto à pandemia de Covid-19.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa marcou 99.769,88 pontos no final do pregão, elevação de 2,05%. No melhor momento, chegou a 99.972,78 pontos. A última vez que superou os 100 mil pontos foi em 6 de março, antes do agravamento da epidemia do coronavírus no país. O volume financeiro no pregão somou 26,3 bilhões de reais.

Números sobre as vendas no varejo brasileiro, com crescimento recorde em maio ante abril, endossaram visões de que o pior pode ter ficado para trás e serviram como argumento para compras de ações, um dia após movimentos de realização de lucros colocarem o Ibovespa abaixo de 98 mil pontos.

Para o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, os dados referentes a maio e junho, no Brasil e no mundo, têm se mostrado mais positivos que o esperado há um mês, diante das evidências de que a retração da economia no segundo trimestre possa ser menos intensa.

"No curto prazo, acumulam-se sinais de melhora da atividade e o cenário nos parece assimétrico para cima", afirmaram os economistas dos bancos, acrescentando, contudo, que ainda há muita incerteza em relação ao médio prazo e que não vislumbram a atividade brasileira voltando ao nível pré-pandemia tão cedo.

Ainda antes da abertura do pregão, o IBGE mostrou que as vendas no varejo brasileiro avançaram 13,9% em maio na comparação com o mês anterior, alta recorde e melhor do que as expectativas, embora ainda insuficiente para zerar perdas dos dois meses anteriores por causa da pandemia.

Em ajustes na sua carteira 'Buy List', o Itaú BBA disse que estava começando a repensar a longo prazo, à medida que os riscos associados à crise com a pandemia do Covid-19 começam a diminuir, embora ainda vislumbrem riscos de maior volatilidade no exterior e no Brasil.

No exterior, Wall Street deu aval para a trajetória positiva na bolsa paulista, com o S&P 500 fechando em alta de 0,78%, apoiado por ações de tecnologia, apesar da alta nos novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos. O Nasdaq renovou recorde de fechamento.

DESTAQUES

- B3 ON disparou 6,09%, a 60,65 reais, máxima histórica de fechamento do papel, em meio a perspectivas positivas para o mercado de capitais no Brasil, que tem mostrando, entre outros movimentos, crescimento nas ofertas de ações, em meio a um ambiente de taxas de juros em mínimas históricas. O Itaú BBA passou a incluir os papéis em sua "Buy List". No ano, a ação já sobe 45%, enquanto o Ibovespa ainda acumula queda de 13,7%.

- CIELO ON (SA:CIEL3) avançou 5,26%, também embalada pela sinalização mais positiva sobre o consumo no país, dado que ainda contabiliza uma perda de 40% no ano. Também apoiada pelo cenário melhor para consumo, NATURA&CO ON fechou em alta de 6,04%, ampliando a alta em 2020 para 9,45%.

- MRV ON (SA:MRVE3) fechou em alta de 4,50%, após bater recorde de vendas no segundo trimestre, apoiada por uma estratégia comercial agressiva, e se beneficiou da regularização de repasses para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

- CYRELA ON (SA:CYRE3) valorizou-se 4,41%, após comunicar que a Lavvi Empreendimentos Imobiliários, na qual é acionista, pediu registro para oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a ser realizada no Brasil.

- CVC (SA:CVCB3) BRASIL ON caiu 6,07%, entre os destaques de queda do Ibovespa na sessão pelo segundo pregão consecutivo, enquanto permanecem dúvidas sobre a recuperação do turismo pós-pandemia e agentes financeiros ainda aguardam termos e condições definitivos de uma esperada operação de capitalização da companhia, além do desfecho sobre o processo de revisão e conciliação dos erros contábeis.

- IRB BRASIL (SA:IRBR3) RE ON recuou 2%, com o papel ainda afetado pelo anúncio de que fará captação bilionária para repor provisões técnicas regulatórias afetadas por fraude contábil. Analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) cortaram o preço-alvo das ações de 15 para 9 reais, citando estimativas mais baixas e perspectiva de um payout menor por mais tempo para suprir a lacuna de liquidez.

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 3,41% e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 2,16%, endossando a alta do Ibovespa, após fortes perdas na terça-feira, quando foram afetados por receios acerca de mudanças legislativas afetando o setor bancário no país.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) fechou em alta de 1,89% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiu 2,46%, tendo de pano de fundo alta do petróleo no mercado externo e percepções positivas sobre andamento de seu plano de desinvestimento.

- VALE ON (SA:VALE3) avançou 1,69%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo em alta, seguindo comportamento de preços do minério de ferro e aço na China, com destaque para CSN ON (SA:CSNA3), que fechou com elevação de %. No radar, a ArcelorMittal anunciou que vai religar alto-forno no Espírito Santo no fim do mês de olho em mercado externo.

- DURATEX ON (SA:DTEX3) subiu 6,45%, entre as maiores altas do índice Small Caps. Analistas do Bradesco BBI reiteraram recomendação "outperform" para as ações e elevaram o preço-alvo de 14 para 18 reais, avaliando que a empresa está bem posicionada para o futuro, em meio a dados fortes de vendas de materiais de construção nos últimos meses.

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(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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