Ibovespa quebra série de perdas e sobe com Oriente Médio e ata do Copom no radar

Publicado 24.06.2025, 17:12
Atualizado 24.06.2025, 17:45
© Reuters. Painel eletrônico na B3, em São Paulon06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, chegando a superar os 138 mil pontos na máxima da sessão, com bancos entre os principais suportes, notadamente Itaú, enquanto Petrobras evitou um desempenho mais robusto.

O Oriente Médio continuou sob os holofotes, com anúncio na véspera do presidente dos Estados Unidos de cessar-fogo entre Israel e Irã, enquanto, no Brasil, o Banco Central reforçou apostas de que o ciclo de altas da Selic chegou ao fim.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,45%, a 137.164,61 pontos, encerrando uma sequência de quatro quedas, período em que acumulou declínio de 1,94%.

Na mínima do dia, o Ibovespa marcou 136.253,69 pontos. Na máxima, atingiu 138.156,24 pontos. O volume financeiro no pregão somou R$21,3 bilhões.

O presidente Donald Trump afirmou ainda na véspera que um cessar-fogo entre Israel e Irã estava em vigor, o que, apesar acusações de ambos os lados de violações da trégua nesta terça-feira, trouxe esperanças de um fim para o confronto militar.

Apesar de um quadro ainda instável na região, a ausência de efeitos relevantes no fluxo de petróleo no Oriente Médio e a percepção de menor risco de interrupções na oferta endossavam novo ajuste de baixa nas cotações da commodity no exterior.

Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 1,11%, com o noticiário ainda trazendo declarações do chair do Federal Reserve de que cortes nos juros podem esperar enquanto o banco central norte-americano estuda o impacto de tarifas comerciais.

No Brasil, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reforçou o cenário de fim do ciclo de altas da Selic, embora com manutenção do nível atual por "período bastante prolongado".

O BC afirmou no documento que elevou a Selic a 15% na semana passada em razão da resiliência da atividade, mas pontuou que grande parte dos impactos da política monetária contracionista ainda está por vir.

A autarquia também afirmou na ata que, após a interrupção do ciclo de alta, prevista para a próxima reunião, o Copom irá observar se o patamar dos juros é apropriado para levar a inflação à meta de 3%.

"Determinada a taxa apropriada de juros, ela deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas", afirmou o BC.

Para o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs (NYSE:GS), Alberto Ramos, a janela para cortes na Selic pode se abrir, provisoriamente, no final de 2025.

No entanto, acrescentou, o Copom parece pronto para ser bastante paciente e não mudar a taxa de juros até possivelmente segundo trimestre de 2026, dado o claro foco nas expectativas de inflação desancoradas, ponderou em relatório.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) avançou 1,89%, em dia mais positivo para empresas sensíveis à economia doméstica, com BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subindo 0,3%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) valorizando-se 1,66% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) registrando acréscimo de 1,82%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 1,97%, acompanhando o declínio do petróleo no exterior, onde o barril Brent fechou em queda de 6,07%. No setor, BRAVA ON perdeu 6,9%, PETRORECONCAVO ON cedeu 4,67% e PRIO ON (BVMF:PRIO3) terminou negociada em baixa de 3,91%.

- VAMOS LOCAÇÃO ON subiu 7,23%, endossada pelo alívio nas taxas dos contratos de DI, que amparava também papéis como CVC (BVMF:CVCB3) BRASIL ON, que fechou em alta de 4,8%, e MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3), que avançou 2,13%.

- IGUATEMI UNIT valorizou-se 3,65%, após o conselho de administração aprovar a venda de participações em shopping centers e empreendimentos que somam R$500 milhões. No setor, MULTIPLAN ON (BVMF:MULT3) ganhou 3,83% e ALLOS ON registrou elevação 3,39%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) encerrou com variação negativa de 0,02%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com declínio de 0,42%.

- SÃO MARTINHO ON perdeu 2,47%, após estimar que o processamento de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 deve crescer 3,7% sobre a temporada anterior, para 22,6 milhões de toneladas. A companhia também projetou um ATR médio de 139,9 quilos por tonelada, queda de 1,9% na mesma comparação.

- C&A (BVMF:CEAB3) ON, que não está no Ibovespa, avançou 2,64%, após encerrar parceria com o Bradesco e a Bradescard, pagando R$650,6 milhões referentes à recompra dos direitos de ofertar produtos e serviços financeiros. Também vendeu direitos relacionados à carteira do cartão por R$170 milhões.

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