SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista ampliou perdas nesta segunda-feira, com o Ibovespa chegando a recuar mais de 2 por cento, em meio a persistentes preocupações com o ritmo do crescimento econômico global, tendo as ações da Petrobras entre as maiores quedas.
Às 16h28, o Ibovespa cedia 2,14 por cento, a 86.229 pontos. Na mínima, recuou 2,3 por cento. O giro financeiro da sessão somava 8,8 bilhões de reais.
Segundo profissionais de mercado, o foco é a desacelaração da economia norte-americana assim como da China, que divulgou no fim de semana números mais fracos de comércio exterior.
Na China, as exportações denominadas em dólar em novembro cresceram 5,4 por cento em relação a um ano antes, enquanto as importações avançaram 3 por cento, ambas os números bastante abaixo das expectativas dos analistas.
"O mercado parece bem frágil nesse fim de ano", disse o gestor de portfólio de uma gestora de recursos em São Paulo.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários ensaiavam recuperação, com o S&P 500 caindo cerca de 0,5 por cento, após recuar 1,9 por cento no pior momento.
De acordo com o Alexandre Soares, operador da BGC Liquidez DTVM, também pesou a decisão da premiê britânica, Theresa May, de adiar a votação no Parlamento do acordo do Brexit.
"Isso ajudou a elevar o dólar contra uma cesta de divisas, adicionando aversão a risco", citou.
Após um ano de fortes ganhos na bolsa paulista, principalmente no período próximo das eleições e com forte participação de investidores locais, profissionais do mercado também consideram ser razoável que fundos reduzam posições mais otimistas diante de uma piora nos mercados externos.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 4,4 por cento, com o declínio nos preços do petróleo ditando realização de lucros nos papéis, que ainda acumulam em 2018 alta ao redor de 50 por cento. O noticiário envolvendo a companhia incluía início de fase não vinculante para venda de 3 campos terrestres no Espírito Santo e um vazamento de petróleo na Baía de Guanabara no sábado, após uma tentativa de furto em oleoduto da subsidiária Transpetro.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 2,4 por cento, em meio à piora do apetite a risco generalizada, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuando 1,7 por cento.
- VALE (SA:VALE3) perdia 1,7 por cento, alinhada ao desempenho de suas pares na Europa, além da queda dos preços do minério de ferro na China.
- GOL (SA:GOLL4) PN cedia 6,1 por cento, com a alta do dólar ante o real endossando embolso de lucro dos papéis, que ainda contabilizam ganho ao redor de 30 por cento em 2018.
- CYRELA subia 1,6 por cento, entre as poucas altas da sessão e engatando o quarto pregão seguido de ganhos, em meio a perspectivas mais positivas para o setor de construtoras voltadas para a média e alta renda, com analistas destacando a companhia como uma das com melhor prognóstico.
- EMBRAER (SA:EMBR3) avançava 1,4 por cento, tendo no radar decisão judicial revogando liminar que impedia a companhia de vender o controle de sua divisão de aviação comercial para a norte-americana Boeing, acolhendo recurso da Advocacia-Geral da União (AGU).
(Por Paula Arend Laier)