Ibovespa recua com aversão a risco às vésperas de tarifas de Trump

Publicado 31.03.2025, 11:01
Atualizado 31.03.2025, 11:05
© Reuters. Painel eletrônico na B3, em São Paulon06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, em linha com a abertura negativa dos índices em Nova York, contaminado por receios com os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após ele afirmar que as taxas a serem anunciadas esta semana incluirão todos os países, não apenas um grupo pequeno.

Por volta de 10h50, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 1,21%, a 130.310,77 pontos, mas ainda posicionado para fechar o mês com valorização de cerca de 6%. O volume financeiro no pregão somava R$2,6 bilhões.

Trump disse no domingo que as tarifas recíprocas previstas para serem anunciadas na quarta-feira incluirão todos os países, não apenas um grupo menor de 10 a 15 países. O republicano já impôs tarifas sobre alumínio, aço e automóveis, além de taxas maiores sobre todos os produtos da China.

"Ao contrário do otimismo cauteloso da semana passada, quando alguns sinais indicavam que o anúncio tarifário de 2 de abril poderia ser mais simbólico do que substancial, o que se vê agora é uma percepção crescente de que o governo Trump prepara algo significativamente mais agressivo", disse o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

"A falta de clareza sobre os detalhes finais -- e o próprio fato de que ainda estão sendo definidos -- apenas amplia o risco de um evento desorganizado, capaz de gerar forte volatilidade."

Em Wall Street, os principais índices acionários abriram em queda, e o S&P 500 desvalorizava-se 1,5%. Na esteira da expectativa pelos anúncios tarifários, o Goldman Sachs (NYSE:GS) elevou sua probabilidade de recessão em 12 meses para os EUA de 20% para 35% e reduziu a previsão de crescimento do PIB em 2025 de 2,0% para 1,5%.

No Brasil, agentes financeiros acompanhavam a participação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, em "live" do Itaú BBA.

O mercado também manteve nesta segunda projeções para a inflação neste ano e no próximo, com a expectativa em relação ao crescimento econômico para 2025 recuando ligeiramente de 1,98% para 1,97%, enquanto a previsão para a expansão em 2026 se manteve estável, de acordo com a pesquisa Focus.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 2,15%, pressionada pela queda dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia, influenciada por preocupações com as perspectivas de demanda na China, principal mercado consumidor, depois que siderúrgicas cortaram sua produção, reduzindo a demanda pelo insumo de fabricação de aço.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 0,32%, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha elevação de 0,73%. Na noite de sexta-feira, a estatal anunciou a nomeação de Aloisio de Souza como membro do conselho de administração, em substituição a Marcelo Gasparino.

- GPA (BVMF:PCAR3) ON avançava 5,51%, após a varejista informar no domingo que o fundo de investimento Saint German, controlado pelo investidor Nelson Tanure, solicitou a convocação de uma assembleia geral extraordinária para destituir o atual conselho de administração e eleger novos membros, incluindo executivos indicados pelo próprio empresário.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) tinha queda de 1,39%, em dia negativo entre os bancos do Ibovespa. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedia 1,64%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) perdia 1,51%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) caía 2,23% e BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT recuava 3,32%. O JPMorgan (NYSE:JPM) rebaixou nesta segunda-feira a recomendação das ações do BB e do BTG de "overweight" para "neutra", citando realização de lucros diante de uma visão mais baixista em relação às tendências da indústria e de um potencial de valorização mais limitado do setor.

- BRB ON, que não está no Ibovespa, disparava 13,48%, após anunciar na sexta-feira contrato para aquisição do Banco Master, em um acordo envolvendo 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do banco liderado por Daniel Vorcaro.

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(Por Patricia Vilas Boas)

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