Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha um declínio discreto nesta segunda-feira, com Iguatemi (BVMF:IGTI11) entre as maiores perdas após surpreender analistas com anúncio de troca no comando da operadora de shopping centers, enquanto Azul disparava quase 7% após resultado operacional acima das expectativas do mercado.
Por volta de 11h55, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdia 0,17%, a 126.912,89 pontos. O volume financeiro somava R$4 bilhões.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa não evoluiu na última semana após a superação de três resistências importantes e o movimento de realização iniciado poderá atrasar o movimento de subida.
"Seu destino continua na máxima histórica em 137.469 pontos, com uma possível parada na região dos 130 mil. Um alerta, o índice não poderá ficar abaixo de 123.700 pontos, pois toda expectativa altista será jogada por água abaixo", afirmaram no relatório Diário do Grafista nesta segunda-feira.
DESTAQUES
- IGUATEMI UNIT recuava 2,24%, após a operadora de shopping centers anunciar no final da sexta-feira que a presidente-executiva, Cristina Betts, deixará o posto que ocupa desde 2021, um movimento que analistas afirmaram ter sido uma surpresa. Ela será substituída a partir de março pelo atual vice-presidente comercial da empresa, Ciro Neto.
- AZUL PN (BVMF:AZUL4) avançava 6,89%, em meio à recepção positiva ao balanço divulgado mais cedo, que mostrou Ebitda de R$1,95 bilhão no período de outubro a dezembro, aumento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior, ajudado por maiores tráfego de passageiros e ocupação de aeronaves. A receita líquida no último trimestre subiu 10,2%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) subia 0,12%, tendo no radar atualização das projeções de sensibilidade de fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE). Para 2025, o indicador em termos reais foi calculado de US$3,8 bilhões a US$5 bilhões, representando um FCFE yield de 9% a 12%. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian caiu 0,77%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) cedia 0,89%, em dia de variações modestas dos preços do petróleo no exterior, após renovar máximas históricas na semana passada. A estatal divulga na próxima quarta-feira, após o fechamento, seu resultado do quarto trimestre e do ano de 2024. Um dos focos de atenção estará no anúncio da companhia sobre dividendos.
- SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) era negociada em alta de 1,64%, em dia sem viés único entre os bancos do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) e ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) em alta de 0,64% e 0,55%, respectivamente, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedia 0,25%.
- RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) caía 2,89%, com agentes cautelosos no curto prazo com a maior produtora de açúcar e etanol de cana do mundo. Analistas do Itaú BBA veem potencial de longo prazo no recém-iniciado processo de "turnaround", mas também fraquezas no balanço e visibilidade limitada sobre o "timing" do processo de recuperação. No setor, SÃO MARTINHO PN recuava 2,7%.
- TELEFÔNICA BRASIL ON (BVMF:VIVT3) subia 1,63%, tendo no radar balanço do quarto trimestre e de 2024 na terça-feira, após o fechamento do mercado. Projeções de analistas compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de R$1,7 bilhão.
- RD (BVMF:RADL3) SAÚDE ON avançava 1,68%, também com o balanço previsto para a terça-feira, no final do dia. Estimativas de analistas compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de R$271,6 milhões.