Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da bolsa paulista caía cerca de 2 por cento nesta segunda-feira, pressionado pelo tombo das ações da Vale, após tragédia envolvendo o rompimento de uma barragem de mineração da companhia na sexta-feira, que até o momento deixou 60 pessoas mortas.
Às 12:03, o Ibovespa caía 2,3 por cento, a 95.470,09 pontos. O volume financeiro somava 4,6 bilhões de reais.
O pregão brasileiro também é marcado por ajustes ao movimento dos American Depositary Receipts (ADRs) brasileiros, recibos de ações negociados nos Estados Unidos, na última sexta-feira, quando não houve negociação na bolsa paulista em razão de feriado na cidade de São Paulo, onde está a B3.
A equipe do BTG Pactual (SA:BPAC11) destacou em nota a clientes que a sessão deve ser marcada por "extrema volatilidade" na volta do fim de semana prolongado pelo feriado, recomendando cautela e destacando que o desastre em Minas Gerais afetou a confiança de todos no mercado.
O viés negativo no exterior endossava a queda do Ibovespa, que nos primeiros negócios, enquanto as ações da Vale ainda estavam em leilão, chegou a renovar recorde intradia, a 97.936,82 pontos.
Nos EUA, os futuros acionários norte-americanos sinalizavam uma abertura negativa, com previsões fracas da Caterpillar ampliando preocupações com a economia chinesa. As bolsas na Europa também tinham uma sessão negativa, mesmo tom do fechamento dos mercados na Ásia.
DESTAQUES
- VALE (SA:VALE3) desabava 17,42 por cento, a 46,37 reais, na esteira da tragédia em Brumadinho (MG) na sexta-feira, que até o momento deixou 60 pessoas mortas e mais de 300 desaparecidas. Até o momento, a empresa perdeu cerca de 51,7 bilhões de reais em valor de mercado. Analistas recomendaram em relatórios a clientes cautela com os papéis da dado o ambiente de incertezas para as ações da mineradora em razão dos potenciais desdobramentos do rompimento, mas vislumbravam efeito financeiro limitado. BRADESPAR PN (SA:BRAP4) holding que tem papéis da Vale em sua carteira, caía 18,5 por cento.
- CSN (SA:CSNA3) perdia 3,7 por cento, também na ponta negativa do Ibovespa, em sessão sem viés único para papéis de siderurgia e mineração. GERDAU PN (SA:GGBR4) cedia 0,5 por cento, e USIMINAS PNA (SA:USIM5) tinha queda de 0,7 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 0,6 por cento, e PETROBRAS ON (SA:PETR3) tinha baixa de 0,1 por cento, em sessão marcada pela queda dos preços do petróleo no exterior e repercussão de encontro do novo presidente da petrolífera de controle estatal, Roberto Castello Branco, com analistas na última sexta-feira, que, na visão da equipe do Santander, sinalizou pragmatismo contínuo nos principais pilares estratégicos da empresa.
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) avançava 0,8 por cento, ajudando a atenuar o efeito negativo das ações da Vale dado o relevante peso que também detém na composição do Ibovespa, seguindo acréscimo de 1,6 por cento de seus ADRs na sexta-feira. No setor, BRADESCO PN (SA:BBDC4) tinha alta de 0,14 por cento, mas BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) caía 0,8 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) tinha variação negativa de 0,08 por cento.
- AMBEV (SA:ABEV3) subia 2,9 por cento, tendo de pano de fundo o avanço de 1,1 por cento de seus ADRs na sexta-feira em Nova York. A ação negociada na bolsa paulista vinha de três pregões de baixa, período em que acumulou queda de 4,67 por cento.