Investing.com - O Ibovespa abriu em leve alta nesta quarta-feira (29/3) assimilando o ambiente externo positivo em meio às expectativas em relação ao aumento de impostos e corte do orçamento que deverão ser anunciados à noite.
O principal índice da bolsa avança 0,5% para 65.072 pontos impulsionada por Petrobras (SA:PETR4) e Vale (SA:VALE5), que sobem com a valorização das commodities.
De acordo com Luiz Roberto Monteiro, operador institucional da Renascença Corretora, também está no radar dos agentes domésticos “a decisão do governo de incluir a emenda de dar um prazo de seis meses para que os Estados e municípios façam suas próprias reformas da Previdência”.
A estratégia do governo de retirar os servidores estaduais e municipais facilita a aprovação da reforma da Previdência no Congresso e alivia a pressão sobre os deputados federais, mas criou a impressão de que o projeto estava sendo desidratado e não seria tão efetivo. A criação desse prazo de seis meses para os entes federativos possui um gatilho para que os governadores e assembleias legislativas não alterem suas regras - e não se desgastem com seus servidores - e, ao fim do período, passe a valer para todos a lei federal, mais restrita.
Ainda no radar, fica a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que a matéria deve ser votada no plenário da Casa em maio, um mês depois da previsão inicial.
Orçamento
Após dois adiamentos, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, devem fazer o anúncio sobre o corte do Orçamento e um possível aumento de impostos para cobrir o rombo de R$ 58 bilhões das contas públicas em 2017.
Após se reunir com o presidente Michel Temer e senadores da base de apoio ao governo de São Paulo, o secretário da Previdência do ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, anunciou que o governo decidiu formalizar a proposta de inclusão de emenda para dar seis meses para os Estados e municípios ajustem seus sistemas previdenciários. Se não o fizerem, terão que seguir as regras aprovadas pela reforma no Congresso. Em entrevista no Palácio do Planalto, Caetano disse que antes da inclusão da emenda, é preciso chegar na compatibilização entre o governo e os parlamentares.
Ilan sugere maior queda de juros
Também estará no radar dos agentes locais, a expectativa com o início do julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente da Corte, Gilmar Mendes, bateu o martelo de que o julgamento começará na próxima terça–feira.
Além disso, os investidores devem digerir as declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que disse, em entrevista ao Nikkei, que há a possibilidade real de cortes maiores na taxa básica de juros diante de uma inflação que cai acima das expectativas.
Petrobras e Vale avançam com commodities
A interrupção de parte do fornecimento de petróleo na Líbia impulsionou o preço da commodity, o que dá suporte à cotação da Petrobras nesta quarta-feira. O papel avança 1% para R$ 14,11.
A Vale sobe 1,5% para R$ 28,85 com a subida do minério na China, que fechou acima de US$ 82 em Qindao. O vergalhão de aço valorizou 3% e puxa as cotações das siderúrgicas. Usiminas (SA:USIM5) e Gerdau (SA:GGBR4) ganham 0,5%, enquanto a Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) sobe 1%. CSN (SA:CSNA3) cede 0,5%.
O Banco do Brasil (SA:BBAS3) fica entre as principais altas do dia com ganhos de mais de 2% após o UBS elevar a recomendação do banco para 'compra' elevar o preço-alvo de R$ 23 para R$ 34, patamar atual os papeis.
Oi sobe em meio a notícias de intervenção
A Oi opera em meio a declarações do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, de que o governo deve publicar nos próximos dias uma Medida Provisória (MP) com o propósito de ajustar o arcabouço jurídico para uma eventual intervenção.
A empresa apresentou ontem um novo projeto de recuperação judicial para tentar arrecadar mais apoio dos credores. O papel (SA:OIBR4) avança 2%