Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira devolveu parte relevante das perdas na tarde desta quinta-feira, alinhado com movimento similar em Wall Street e em meio à aprovação e discussão no Senado de pautas para segurar os preços dos combustíveis no país.
A Petrobras (SA:PETR4) subia, mesmo diante de queda do petróleo, após anunciar um significativo aumento no preço dos combustíveis, reafirmando sua política de paridade internacional.
O avanço da Vale (SA:VALE3) e de outras exportadoras de commodities também ajudavam na melhora do índice.
O setor financeiro, entretanto, ainda pesava na ponta oposta, assim como Embraer (SA:EMBR3) e Natura (SA:NTCO3), após ambas divulgarem resultados na véspera.
Às 16:45, o Ibovespa caía 0,51%, a 113.317,32 pontos, após ceder 1,8% nas mínimas da sessão. O volume financeiro era de 23,7 bilhões de reais.
O Senado discutia nesta tarde um projeto que altera as regras de cobrança do ICMS e, em última versão do parecer, zera PIS/Cofins sobre diesel, GLP e biodiesel. Pouco antes, o plenário aprovou projeto que cria uma conta de estabilização para os preços dos combustíveis.
"Vejo que ainda tem barreiras, mas pode ser uma saída para a pressão nos preços dos combustíveis", disse Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, sobre a conta de estabilização. Segundo ele, o reajuste da Petrobras mostrou "independência da empresa", enquanto "pensando no macro, a inflação é o desafio".
Em Nova York, os principais índices de ações também encolhiam as perdas.
O indicador de preços ao consumidor dos EUA cresceu 0,8% em fevereiro, em linha com o esperado por analistas, o que consolidou apostas de alta de 0,25 ponto percentual na taxa de juros na semana que vem. O mercado, porém, teme uma piora na inflação nos próximos meses com a guerra na Ucrânia e, por consequência, uma postura mais dura do Federal Reserve neste ano.
Além disso, pesa sobre os mercados globais a estagnação das negociações entre representantes de Ucrânia e Rússia em reunião nesta quinta-feira.