Ibovespa renova máximas com perspectiva de corte de juros nos EUA

Publicado 05.09.2025, 17:27
Atualizado 05.09.2025, 17:28
Ibovespa renova máximas com perspectiva de corte de juros nos EUA

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, renovando máximas históricas, embora não tenha conseguido sustentar o patamar dos 143 mil pontos registrado no melhor momento, após dados dos Estados Unidos reforçarem as apostas de queda nos juros ainda em setembro na maior economia do mundo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 1,17%, a 142.640,14 pontos, chegando a marcar 143.408,64 pontos na máxima do dia. Na mínima, registrou 141.003,45 pontos. Com tal desempenho, encerrou a semana com acréscimo de 0,86%.

O volume financeiro somou R$21,8 bilhões, de uma média diária de R$23,8 bilhões no ano.

O Escritório de Estatísticas do Trabalho do Departamento do Trabalho dos EUA divulgou pela manha que foram abertas apenas 22.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em agosto, contra previsão de criação de 75.000 postos, enquanto a taxa de desemprego aumentou de 4,2% para 4,3%.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 0,32% após também renovar máxima histórica intradia.

De acordo com a equipe de economia do C6 Bank, os dados são consistentes com um mercado de trabalho desacelerando gradualmente.

A equipe do C6 ponderou que a persistência da inflação acima da meta do banco central norte-americano e o risco de uma pressão maior sobre os preços à frente em razão da tarifas comerciais deveriam manter o Federal Reserve cauteloso em relação aos próximos passos de política monetária.

"No entanto, reconhecemos que um corte de juros na reunião deste mês é o cenário mais provável, considerando que o presidente do Fed, Jerome Powell, demonstrou mais preocupação com uma possível deterioração do mercado de trabalho do que com a inflação", pontuaram em relatório enviado a clientes.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed reúne-se nos dias 16 e 17 de setembro para decidir sobre os juros, atualmente na faixa de 4,25% a 4,50%, com o desfecho da reunião sendo conhecido na tarde do dia 17.

DESTAQUES

- BANCO DO BRASIL ON avançou 3,57%, em sessão positiva para o setor, tendo ainda no radar medida provisória para a renegociação de dívidas rurais em "condições especiais". BRADESCO PN subiu 2,44%, ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 1,11% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 3,55%. A sexta-feira também teve anúncio de medidas do Banco Central para reforçar a segurança do sistema financeiro nacional, incluindo que nenhuma instituição de pagamento poderá começar a operar sem autorização prévia.

- PETROBRAS PN recuou 1,51% e PETROBRAS ON caiu 2,26%, exercendo uma pressão negativa relevante no Ibovespa dado o peso dos papéis no índice, em meio ao forte declínio dos preços do petróleo no mercado internacional. O barril sob o contrato Brent fechou em queda 2,22%, a US$65,50, refletindo crescentes expectativas de maior oferta, além de um aumento surpreendente nos estoques de petróleo bruto dos EUA, somadas às preocupações relacionadas à demanda pela commodity. No setor, PRIO ON perdeu 2,06% e BRAVA ON cedeu 3,42%, enquanto PETRORECONCAVO ON cedeu 0,7%.

- VALE ON subiu 0,92%, beneficiada pelo avanço dos preços do minério de ferro na China. O contrato futuro mais transacionado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou as negociações do dia em alta de 0,77%, a 789,50 iuans (US$110,37) a tonelada, apoiado pelo dólar mais fraco frente a outras moedas e por apostas de corte de juros nos EUA.

- ULTRAPAR ON valorizou-se 6,59%, endossada por relatório de analistas do BTG Pactual, que elevaram a recomendação da ação para compra, bem como o preço-alvo - de R$21 para R$26. Entre os pilares para a tese, citaram um sólido momento operacional, com margens em expansão em todas as unidades de negócio e expectativa de que a relação dívida líquida/Ebitda atinja 1,5 vez até o final de 2026. Também de pano de fundo da ação está o programa Gás do Povo, que prevê distribuir de graça botijões de gás a 15,5 milhões de famílias.

- MAGAZINE LUIZA ON avançou 7,17%, endossada pelo forte alívio nas taxas dos contratos de DI, que acompanharam o movimento dos títulos do Tesouro dos EUA após dados mostrando arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano. Também embalados pelo movimento na curva de juros, ASSAÍ ON valorizou-se 3,14%, LOCALIZA ON subiu 2,97% e CYRELA ON fechou em alta de 2,71%.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.