O Ibovespa abriu o pregão desta sexta-feira, 6, em alta, seguindo as bolsas internacionais. No entanto, após a divulgação do índice de preços ao produtor dos Estados Unidos, o PPI (na sigla em inglês) de janeiro, o principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) perdeu tração, chegando a cair e a perder a marca dos 128 mil pontos. Mas depois recuperou a alta e o nível dos 128 mil pontos vistos mais cedo, amparado principalmente por ações ligadas a commodities, em dia de elevação do petróleo e do minério em Cingapura.
A alta mais forte do que a esperada do PPI americano elevou as incertezas sobre o início da queda dos juros do país. A maioria das apostas ainda é que o recuo comece em junho, mas essa possibilidade diminuiu um pouco. O PPI dos Estados Unidos subiu 0,3% em janeiro ante dezembro. O resultado ficou acima da expectativa de analistas, que previam avanço de 0,1%.
Nesta semana, o CPI, que mede os preços no varejo, também veio mais forte do que o esperado, reforçando as dúvidas sobre a política monetária americana.
"O CPI e o PPI são importantes para o mercado calibrar as projeções para o PCE que é monitorado pelo Fed índice de inflação preferido do Fed", observa Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.
Segundo ele, os recentes dados podem levar a alguma revisão nas projeções para a inflação do mercado, um pouco mais elevada, mas sem tirar do foco a mensagem principal que é a de que haverá corte dos juros nos Estados Unidos em algum momento deste ano.
De acordo com Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, os resultados mostram que o quadro inflacionário americano ainda está instável, não indicando uma única direção. "Há alguns solavancos e ainda vemos o mercado de trabalho forte. Isso indica que o Fed pode ter mais calma para começar a cortar os juros", analisa.
Contudo, o economista pondera que isso não significa que os juros dos EUA deixarão de cair. "Mantemos nossa projeção de início da queda em junho", diz, "Agora, se os dados de inflação de fevereiro e março dos EUA mostrarem reversão deste processo desinflação, acende a luz vermelha", alerta o sócio da Tendências.
Ashikawa acrescenta que tanto os recentes dados de inflação e do mercado de trabalho dos EUA, ainda fortes, só reforçam a cautela do banco central americano. "Só reforçam o posição do Fed de que o cenário não é de corte em março, como chegou-se a prever principalmente no final do ano passado. Teremos de acompanhar os próximos indicadores para ver quando começará o corte", diz o economista da Claritas.
Em Nova York os índices futuros de ações migraram para baixo em sua maioria, enquanto os rendimentos dos Treasuries aceleraram as altas após a divulgação do PPI. Na Europa, prossegue o avanço, em meio à recuperação do varejo no Reino Unido e do balanço do banco britânico NatWest.
Além do PPI sairão as expectativas de inflação Universidade de Michigan e tem ainda comentários de dirigentes do Fed, que poderão ajudar a calibrar as apostas para os juros americanos.
Por aqui, tem o vencimento de opções sobre ações nesta sexta-feira pode trazer alguma volatilidade ao Índice Bovespa.
Se a tendência de valorização for confirmada até o fechamento, o Índice Bovespa tende a zerar a queda semanal apurada até o fechamento de ontem, de 0,17%. Na ocasião, fechou com elevação de 0,62%, aos 127.804,13 pontos.
Às 11h24, Ibovespa subia 0,22%, aos 128.091,68 pontos, ante máxima aos 128.709,10 pontos, quando avançou 0,71%. Na mínima, atingiu 127.652,73 pontos (-0,12%).