Investing.com - O Ibovespa recupera terreno nesta sexta-feira com a correção dos preços dos ativos que sofreram uma violenta desvalorização no pregão de ontem com a crise política que ameaçou o cargo de Michel Temer.
O índice avança mais de 2,5% no início desta tarde e se sustenta acima do patamar de 63 mil pontos, que chegou a testar no melhor momento na sessão de ontem. Mais cedo, o Ibovespa quase tocou nos 63.500, mas acomodou por volta dos 63.300 pontos. O patamar é um avanço de 4,5% sobre a abertura.de quinta-feira após a crise estourar.
O dia é de recuperação nos principais ativos da bolsa com ganhos acima de 5% em diversos papéis, entre eles a Cemig (SA:CMIG4), estatal mineira afetada fortemente pelas denúncias contra Aécio Neves e o ex-diretor da empresa e primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros. A elétrica avança 6% depois de ceder mais de 20% ontem. No pior momento do dia, as perdas superaram os 40%.
A visão geral do mercado é que após ter ficado no limite da ingovernabilidade com a ameaça do PSDB e de outros aliados de deixar o governo, Michel Temer conseguiu, na última hora, reverter a situação e ganhar uma sobrevida no cargo. A avaliação é que o áudio não foi tão contundente como se havia anunciado e que a situação passou a ser contornável.
Em seu discurso anunciando que não renunciaria, Temer voltou a defender as reformas ecoando as falas anteriores da equipe econômica e de seus principais aliados políticos. O espaço para as reformas, contudo, fica mais estreito com a perda de força política do governo.
A Moody’s avalia que as reformas irão atrasar e as alegações contra o presidente podem interromper ou reverter o momentum positivo da economia. A Fitch reafirmou nota BB (SA:BBAS3), com perspectiva negativa, para o Brasil citando a instabilidade política gerando consequência negativas para a economia. A Arko acredita que as chances para aprovar a reforma da Previdência caíram consideravelmente.
A Petrobras (SA:PETR4) sobe quase 4% e vai a R$ 13,65 em movimento de recuperação das perdas de quase 16% ontem. No mercado internacional, o petróleo avança e retorna ao patamar de US$ 50/barril. O presidente da companhia, Pedro Parente, afirmou que pretende concluir o mandato e que alta do dólar é ‘positiva’ para a Petrobras.
A Vale (SA:VALE5) acompanha o preço do minério e avança 1,5%. O papel não sofreu com o sell-off de ontem ao avançar 0,4%.
As siderúrgicas, contudo, vivem um dia de forte recuperação com ganhos de 0% na Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4), seguido CSN (SA:CSNA3) com +7,5%, Gerdau (SA:GGBR4), +7%, e 5,5% na Usiminas (SA:USIM5).
A Fibria (SA:FIBR3) sobe 2% depois de disparar mais de 10% ontem, aproveitando o maior patamar do dólar no mercado interno. O Credit Suisse passou a recomendar compra na companhia ao elevar suas projeções para dólar.
Dólar
A moeda cede 2,5% e volta a ser negociada abaixo de R$ 3,30, depois de ter encostado nos R$ 3,40 ontem e ter seu pregão interrompido por alta volatilidade.