Ibovespa tem oscilações modestas com produção industrial e STF na pauta

Publicado 03.09.2025, 12:33
Atualizado 03.09.2025, 12:35
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha variações modestas nesta quarta-feira, com Petrobras e Ambev pressionando na ponta negativa, enquanto Cosan e B3 figuravam entre as maiores altas, em pregão com dados de produção industrial do Brasil e continuidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF na pauta.

Por volta de 12h20, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,31%, a 139.906,52 pontos, tendo marcado 139.810,65 pontos na mínima e 140.495,88 pontos na máxima até o momento. O volume financeiro somava R$5,95 bilhões.

O IBGE mostrou que a produção industrial caiu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior e cresceu 0,2% na comparação ano a ano, dentro das expectativas de economistas, confirmando o processo de desaceleração da atividade econômica em razão da política monetária restritiva.

Para a analista Sara Paixão, da InvestSmart XP, os números não mudam as perspectivas de que o Banco Central deve manter a Selic em 15% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste mês, mas fortalece a tese de que o início do ciclo de corte de juros pode começar no início de 2026.

"Para consolidar essa projeção é necessário acompanhar os dados de inflação e atividade econômica que serão divulgados nos próximos meses", acrescentou.

Brasília continua sob os holofotes, com o segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

De acordo com o analista Alison Correia, cofundador da Dom Investimentos, permanece a apreensão em relação a uma possível retaliação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "A sentença está por vir, o grande ponto é em qual magnitude vai vir", afirmou.

Trump citou o caso de Bolsonaro para impor tarifa comercial de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA e o governo norte-americano tomou medidas contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é relator do processo contra o ex-presidente.

Nos EUA, o índice S&P 500 subia 0,43%, com a agenda macroeconômica mostrando que as vagas de emprego em aberto naquele país caíram mais do que o esperado em julho e as contratações foram moderadas, o que é consistente com o afrouxamento das condições do mercado de trabalho.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN cedia 0,83%, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sobre o contrato Brent tinha queda de 2,21%, a US$67,61. No setor, BRAVA ON tinha o pior desempenho, com declínio de 2,92%. A Petrobras também anunciou plano para oferta de títulos globais.

- VALE ON cedia 0,14%, mesmo com o avanço dos preços do minério de ferro na China, onde o contrato futuro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,71%, a 777 iuanes (US$108,63) a tonelada.

- BANCO DO BRASIL ON recuava 0,83%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN perdia 0,29%, BRADESCO PN avançava 0,42% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizava-se 0,93%. Bancos brasileiros foram questionados pelo Departamento do Tesouro dos EUA sobre as ações envolvendo a Lei Magnitsky.

- AMBEV ON caía 2,01%, após o IBGE mostrar queda de 15,4% no volume de bebidas alcoólicas produzido no país em julho ante o mesmo mês de 2024, o que, segundo o UBS BB, ressalta o clima ainda desfavorável e a confiança do consumidor mais fraca, conforme observado pelos principais players.

- COSAN ON avançava 1,92%, em meio a expectativas envolvendo um desfecho para a Raízen, joint venture da companhia com a Shell. A Cosan disse na véspera que avalia com a sócia possíveis interessados em uma transação para capitalização da empresa de combustíveis. RAÍZEN PN caía 1,65%.

- RD SAÚDE ON perdia 2,07%, com receios envolvendo potencial aumento de competição no varejo farmacêutico referendando movimentos de realização de lucros. As ações da dona da rede Drogasil e Raia fecharam agosto com ganho mensal de 30%, mesmo com tombo de 6,9% no último pregão do mês.

- B3 ON era negociada em alta de 1,65%, atuando como um suporte relevante ao índice do setor financeiro, que tinha variação positiva de 0,09%.

- C&A MODAS ON valorizava-se 1,56%, em dia de queda das taxas dos contratos de DI, com outros papéis que tendem a se beneficiar do alívio na curva futura de juros também na ponta positiva. LOCALIZA ON avançava 1,39% e MAGAZINE LUIZA ON subia 0,98%.

 

(Por Paula Arend Laier)

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