Após cair, o Ibovespa mudou a direção e sobe acima dos 108 mil pontos na manhã desta sexta-feira, 12, em meio à aceleração das ações da Petrobras, principalmente. Os papéis reagem positivamente ao lucro apresentado pela empresa no primeiro trimestre e ao pagamento bilionário de dividendos aos acionistas.
A alta do Índice Bovespa é moderada por conta da indefinição das bolsas em Nova York, diante de temores de recessão, e em meio ao IPCA de abril mais forte que a mediana das estimativas.
"É ruim pelo fato de ter vindo maior que o esperado. Para mim, segue a ideia de uma inflação que não deve ter desaceleração brusca neste ano. Mas, não altera a percepção para Selic, de que pode começar a cair em algum momento em 2023", pondera Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.
Com a alta, o Índice Bovespa tenta ir para um sétimo pregão seguida de ganhos, e para uma terceira semana consecutiva de valorização. Até as 11h24, os ganhos no período eram de 3,31%.
Para Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, não foi só o IPCA que veio acima da mediana, houve piora dos núcleos e na inflação de serviços, que é mais resiliente. Isso é ruim", avalia. "Porém, os resultados não devem mudar a ideia de queda da Selic ainda este ano, mas podem postergar o início mais para o fim de 2023, por exemplo", completa Takeo.
A maioria das métricas em 12 meses do IPCA e dos núcleos seguem arrefecendo, apesar de alguns avanços na margem. O IPCA desacelerou a 0,61% em abril, após 0,71% em março, mas superou a mediana de 0,55% na pesquisa do Projeções Broadcast (de 0,43% a 0,65%). O dado acumula 4,18% (de 4,65%), ainda acima da meta de 3,25% para 2023. Ao mesmo tempo, o indicador de difusão, que mede o quanto a alta dos preços está espalhada, foi a 66% em abril, de 59,9% em março, conforme cálculos da Terra Investimentos.
Após instabilidade, as cotações do petróleo sobem, reforçando os ganhos das ações da Petrobras, que reagem muito mais ao balanço da empresa divulgado ontem após o fechamento da B3 (BVMF:B3SA3).
A Petrobras lucrou R$ 38,1 bilhões entre janeiro e março, o primeiro trimestre sob o novo governo Lula. Influenciado pela queda de 7% do preço do petróleo no mercado internacional, o resultado é 14,4% inferior ao de um ano atrás, quando a empresa começou a ser beneficiada pela disparada no preço do barril com a guerra da Ucrânia. Também o conselho de administração da estatal aprovou a distribuição de R$ 24,7 bilhões.
Às 11h30, o Ibovespa subia 0,32%, aos 108.607,09 pontos. "Aqui, segue mais o exterior moderado por conta do temor de recessão. Tem um ponto positivo que é o balanço da Petrobras, aque ajuda a segurar o Índice", completa Noernberg, da Manchester.
Para Takeo, da Ouro Preto, além do balanço da Petrobras, o "valuation" da empresa está atrativo, assim como de bancos, o que ajuda a estimular ganhos do Ibovespa.
Petrobras PN (BVMF:PETR4) avançava a 3,03%% e ON tinha 4,09%. Vale (BVMF:VALE3) testava alta de 0,06%. Já as ações de grandes bancos reduziam a queda, com alguns buscando subir.