Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) -A administradora de shoppings centers Iguatemi (BVMF:IGTA3) informou nesta sexta-feira que iniciou estudos e tratativas para reorganizar seu investimento indireto em Infracommerce, mas sem alterar sua participação na empresa de infraestrutura de software para comércio eletrônico, atualmente de 11,2%.
Pela reestruturação, a participação da empresa de shopping centers no capital social da Infracommerce será detida por veículos exclusivos e domiciliados no Brasil o que resultará no resgate total das cotas detidas no Fundo Navigator.
"Esta reorganização tem como principal objetivo concentrar os investimentos realizados no âmbito do programa de corporate venture capital em um único veículo", afirmou companhia em comunicado ao mercado, estimando que os principais passos da reorganização serão concluídos nos próximos 90 dias.
A Iguatemi reiterou que não tem planos de vender sua fatia na Infracommerce, mas disse que não pretende participar do aumento de capital privado aprovado pela Infracommerce na véspera, acrescentando, porém, que o tema será levado à decisão final do seu conselho de administração.
Na quinta-feira, o conselho de administração da Infracommerce aprovou aumento de capital privado com a emissão de até 80 milhões de ações para subscrição privada, a 5,01 reais por papel, em um total de até 400,8 milhões de reais.
O preço representa um desconto de 35,4% frente à cotação de fechamento da ação da Infracommerce na quinta-feira e é 69% menor do que o estabelecido no IPO da companhia no ano passado. A operação busca fortalecer a estrutura de capital da empresa.
Os acionistas Engadin, Núcleo, Megeve e Compass (BVMF:PASS3) informaram à companhia que irão participar do aumento de capital no montante mínimo, em conjunto, de 170 milhões de reais, segundo o fato relevante da Infracommerce.
Às 11:35, as ações da Infracommerce desabavam 17,14 %, a 6,43 reais, pior desempenho do índice Small Caps, que subia 1,8%.
"É difícil dizer que uma diluição desse tamanho a um preço cerca de 35% abaixo do preço atual da ação seja boa, mas dada a alavancagem muito alta - e seu grande impacto negativo no balanço da empresa, especialmente com taxas de juros tão altas - esta é provavelmente a melhor maneira de resolver o problema", afirmaram analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11).
Na véspera, a Infracommerce também reportou resultado do segundo trimestre, com prejuízo líquido de 61 milhões de reais, enquanto a dívida líquida somou 250,5 milhões.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)