A rede de shopping centers Iguatemi (BVMF:IGTA3) teve prejuízo líquido de R$ 133,3 milhões no segundo trimestre de 2022, o que representa uma virada na comparação com o mesmo período de 2021, quando a empresa apurou lucro de R$ 317,9 milhões.
A origem do prejuízo está na participação que a Iguatemi detém na Infracommerce, empresa de tecnologia para o varejo, cujas ações estão depreciadas em Bolsa. A baixa nos papéis foi na ordem de 70% nos últimos 12 meses até aqui. Isso provocou uma perda contábil (sem efeito no caixa) de R$ 258,1 milhões no balanço da Iguatemi no segundo trimestre deste ano.
Sem contar o resultado da Infracommerce e outros itens sem efeito direto no caixa (como a linearização), a Iguatemi apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 55,4 milhões, um crescimento de 166% na mesma base de comparação anual.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 166,6 milhões, aumento de 61%. A margem Ebitda cresceu 5 pontos porcentuais, para 65,7%.
O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado atingiu R$ 94,2 milhões, expansão de 58,4%. A margem FFO ajustado subiu 2,3 pontos porcentuais, para 37,2%.
Os custos e despesas aumentaram 23,9%, para R$ 99,4 milhões.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 100 milhões, ou seja, uma despesa quatro vezes maior.
A receita líquida totalizou R$ 253,6 milhões, alta de 48,8%, influenciada pelo aumento na receita com os aluguéis cobrados dos lojistas e receitas com estacionamentos com o maior fluxo de visitantes. Além disso, a operação de varejo, representadas pela i-Retail e pelo Iguatemi 365, geraram receita de R$ 32,3, crescimento de 49,4%.
A Iguatemi avaliou que a operação dos shoppings vem demonstrando resultados bons desde o início do ano, com a recuperação do varejo após dois anos sob os efeitos negativos da pandemia. A empresa observou ainda que o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras também ajudou a atrair visitantes aos centros de compras.
Com a melhora nas vendas, a companhia deu seguimento à retirada dos descontos nos aluguéis dos lojistas e fez o repasse da inflação nos contratos.
As vendas totais nos 16 shoppings da Iguatemi foram de R$ 4,3 bilhões no segundo trimestre de 2022, recorde para o trimestre. Isso representa expansão de 56% ante o mesmo período de 2021 e um avanço de 30,2% ante o mesmo intervalo de 2019 (pré-pandemia), conforme comunicado d na sua prévia operacional.
A companhia reportou avanço de 56,2% nos aluguéis mesmas lojas em relação ao período pré-pandemia. Em junho, essa marca bateu em 59,1%, indicando que os reajustes nos contratos já estão praticamente em linha com a inflação acumulada de 61,3% nos últimos três anos (de 2019 pra cá, considerando o IGP-M).
Mesmo com a elevação dos aluguéis, houve melhora nos indicadores de cobrança. A inadimplência líquida ficou negativa em 2,3%. Isso significa que a empresa recuperou mais valores em atraso do que sofreu calotes no mês.
A ocupação dos shoppings atingiu a marca de 93,6% da área locável, o que representa um crescimento ante os 90,1% registrados um ano antes. O custo de ocupação para os lojistas (medido como um porcentual das vendas) foi a 11,3%, abaixo dos 12,8% de um ano antes.