Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da bolsa paulista subiu quase 2 por cento no primeiro pregão de 2018, atingindo pontuação recorde de fechamento e esticando o rali do ano passado em meio ao contínuo bom humor dos investidores.
Segundo operadores, a pausa dos trabalhos no Congresso tirou parte da pressão sobre os ativos, o que levou investidores às compras, de olho nos mercados internacionais.
O Ibovespa avançou 1,95 por cento, na sétima alta seguida que o levou à máxima de fechamento de 77.891 pontos. A máxima intradia de 78.024 pontos foi registrada em 5 de outubro.
O giro financeiro do pregão somou 7,987 bilhões de reais.
Após ter subido 26,8 por cento do ano passado, o Ibovespa seguia refletindo perspectiva mais favorável para as ações brasileiras em 2018, em meio às articulações para aprovação de reformas, como a da previdência.
Na agenda do dia, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) divulgou que a balança comercial brasileira encerrou 2017 com superávit recorde de 67 bilhões de dólares, ultrapassando os 47,683 bilhões de 2016.
E a pesquisa Focus divulgada mais cedo pelo Banco Central sinalizou que economistas esperam expansão de 2,7 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2018, alta de 0,02 ponto percentual ante a previsão da semana anterior.
"De fato, existe um sentimento positivo para o ano, apesar das volatilidades que aparecerão nesse ano eleitoral", escreveu o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos, em relatório distribuído a clientes.
A possibilidade de rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco S&P no fim de 2017, que acabou não acontecendo, tirou um pouco da cautela que predominou nas últimas semanas de 2017.
O cenário externo também favorecia a tomada de risco, com ganhos em Wall Street, bons indicadores sobre a atividade industrial chinesa e avanço nos preços de algumas commodities, destacaram outros agentes do mercado ouvidos pela Reuters.
DESTAQUES
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) subiu 5,49 por cento, ocupando o topo da lista de maiores altas do Ibovespa, ao lado de GERDAU PN (SA:GOAU4), com avanço de 4,77 por cento e METALÚRGICA GERDAU PN, com ganho de 4,49 por cento. As siderúrgicas foram beneficadas pela alta das cotações do aço na China e dados positivos na balança comercial brasileira. A Gerdau (SA:GGBR4) anunciou a venda de unidades produtoras de vergalhão e plantas de corte e dobra de aço nos Estados Unidos para a Commercial Metals por 600 milhões de dólares.
- VALE ON (SA:VALE3) ganhou 3,63 por cento, alinhada à alta dos futuros do minério de ferro na China. Também no radar esteve o anúncio de que a mineradora brasileira e a norte-americana Mosaic alteraram acordo envolvendo a venda da Vale Fertilizantes, reduzindo o valor a ser recebido pela Vale, em transação que deve ser concluída em breve.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 3,1 por cento. Ainda no setor, BRADESCO PN (SA:BBDC4) ganhou 2,22 por cento, BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) avançou 3,49 por cento e SANTANDER UNIT (SA:SANB11) se valorizou 2,67 por cento.
- IGUATEMI ON se sobressaiu entre as cinco ações recém adicionadas à carteira teórica do Ibovespa, com variação positiva de 1,95 por cento, enquanto FLEURY ON (SA:FLRY3) ganhou 0,3 por cento e SANEPAR UNIT avançou 0,79 por cento. Na contramão, VIA VAREJO UNIT (SA:VVAR11) cedeu 1,51 por cento e MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) recuou 1,15 por cento, após ter subido na abertura.
- ELETROBRAS PNB fechou em baixa de 3,79 por cento, e ELETROBRAS ON cedeu 2,84 por cento, conforme investidores decidiram embolsar parte dos lucros recentes. O governo editou medida provisória que destrava a venda de distribuidoras de energia da empresa.