A Inter &Co, a empresa listada nos Estados Unidos que controla o Banco Inter (BVMF:BIDI4), anunciou na noite desta segunda-feira, 13, que teve lucro líquido de R$ 29 milhões no quarto trimestre de 2022, ante lucro ajustado (pelo IPCA) de R$ 23 milhões no terceiro trimestre do ano passado. O banco teve crescimento forte do crédito, das receitas e dos clientes, mas a taxa de inadimplência subiu.
O Inter, que hoje mais cedo divulgou não ter qualquer exposição ou relação comercial com o Silicon Valley Bank (SVB), encerrou dezembro com 25 milhões de clientes, adicionando 8,3 milhões de pessoas - e empresas - ao longo de 2022, número recorde para o banco. Segundo o banco, dois terços desses clientes utilizam "três ou mais" produtos do banco.
Em comentário ao apresentar os resultados, o presidente (CEO) do Inter&Co, João Vitor Menin, destacou o recorde de clientes conquistados pelo banco digital, a ida para a Nasdaq no ano passado e ressaltou sobre a estratégia no crédito. "Continuaremos a reprecificar a nossa carteira de crédito, garantindo uma utilização eficiente do nosso capital regulatório", afirmou.
"Também estamos trabalhando minuciosamente para otimizar nossos modelos de crédito, minimizar o risco e otimizar o consumo de capital", completou. Para 2023, o banco promete fazer "mais com menos" e "equilíbrio entre crescimento e rentabilidade".
A carteira de crédito do banco Inter encerrou dezembro em R$ 24,5 bilhões, aumento de 40% em relação ao ano anterior. A inadimplência também subiu no período, fechando 2022 em 4,1%, considerando atrasos acima de 90 dias, ante 3,8% de setembro do ano passado. Ao final de 2021, estava em 3%.
Já a inadimplência de prazo mais curto (com atrasos de 15 até 90 dias) encerrou o quarto trimestre em 4,5%, estável em relação ao trimestre anterior e pouco acima do mesmo período de 2021, quando ficou em 4,3%.
As transações feitas nos produtos do banco digital cresceram 85% em 2022, somando R$ 578 bilhões. A receita líquida dos serviços bancários subiu 87%, para R$ 1,2 bilhão. Já as receitas brutas somaram R$ 6 bilhões, com expansão de 90%.
Um dado monitorado de perto nos bancos digitais, a receita média por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês) terminou o quarto trimestre em R$ 31, queda de 11% em 12 meses. Já o custo de aquisição do cliente (CAC) fechou o quarto trimestre em R$ 30 ante R$ 29 de um ano antes.
O índice de Basileia, que mede a capitalização dos bancos, caiu par 24%, ante 44% ao final de 2021, mas ainda segue bem acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%.