Investigação sobre acidente da Air India foca em motor e flaps; Índia ordena verificações na frota 787

Publicado 13.06.2025, 12:00
Atualizado 13.06.2025, 12:05
© Reuters. Acidente com avião da Air India em Ahmedabadn 13/6/2025   REUTERS/Adnan Abidi

Por Sudipto Ganguly e Abhijith Ganapavaram

AHMEDABAD, Índia (Reuters) - A investigação sobre o acidente aéreo da Air India, que matou mais de 240 pessoas, está focada no motor, nos flaps e no trem de pouso, disse uma fonte na sexta-feira, enquanto o órgão regulador da aviação ordenou verificações de segurança em toda a frota de Boeing-787 da companhia aérea.

O Boeing (NYSE:BA) 787-8 Dreamliner, com 242 pessoas a bordo e com destino ao Aeroporto de Gatwick, ao sul de Londres, começou a perder altitude momentos após a decolagem sobre uma área residencial da cidade de Ahmedabad, no oeste do país, e explodiu em uma enorme bola de fogo ao atingir prédios, segundo imagens de câmeras de segurança.

Apenas um passageiro sobreviveu e a mídia local informou que até 24 pessoas em terra também morreram quando o avião caiu sobre um alojamento de uma faculdade de medicina durante a hora do almoço. A Reuters não conseguiu verificar imediatamente o número.

Nesta sexta-feira, uma fonte com conhecimento direto do assunto disse à Reuters que a Air India e o governo indiano estavam analisando vários aspectos do acidente, incluindo problemas relacionados à propulsão do motor, aos flaps e ao motivo pelo qual o trem de pouso permaneceu aberto enquanto o avião decolava.

A investigação também está apurando se a Air India teve culpa, inclusive em questões de manutenção, segundo a fonte.

Um possível choque com um pássaro não está entre as principais áreas de foco, disse a fonte, acrescentando que equipes de especialistas antiterrorismo participavam do processo de investigação.

O governo está considerando se deve suspender a frota de Boeing-787 no país durante a investigação, afirmou a fonte. Não houve resposta imediata a pedidos de comentários sobre o assunto da Air India, da Boeing e do Ministério da Aviação.

A Air India possui mais de 30 Dreamliners, incluindo as versões Boeing 787-8 e 787-9. Uma fonte da Air India disse que não houve comunicação do governo até o momento sobre possível suspensão.

Separadamente, o regulador de aviação da Índia ordenou que a Air India conduzisse ações de manutenção adicionais em suas aeronaves Boeing 787-8/9 equipadas com motores GEnx, incluindo "verificação única" dos parâmetros de decolagem antes da partida de cada voo a partir da meia-noite de 15 de junho.

 

RESGATE

As equipes de resgate terminaram de vasculhar o local do acidente e agora estavam procurando pessoas desaparecidas e corpos nos prédios, bem como peças da aeronave que poderiam ajudar a explicar por que o avião caiu logo após a decolagem.

Havia um forte cheiro de combustível de avião no ar enquanto guindastes trabalhavam para remover pedaços de árvores queimadas no chão e um cão farejador vasculhava os destroços. Fumaça ainda estava saindo de um dos edifícios.

Duas fontes policiais disseram à Reuters que uma das duas caixas-pretas do 787 havia sido encontrada. Eles não disseram se foi o gravador de dados de voo ou o gravador de voz da cabine que foi recuperado.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, foi informado pelas autoridades sobre o progresso das operações de resgate quando visitou o local do acidente em seu Estado natal, Gujarat, na sexta-feira. Modi também se encontrou com alguns dos feridos que estavam sendo tratados no hospital.

"A cena de devastação é triste", afirmou ele em um post no X.

Os residentes que moram nas proximidades disseram que a construção do alojamento para médicos residentes foi concluída há apenas um ano e os prédios não estavam totalmente ocupados.

"Estávamos em casa e ouvimos um som enorme, parecia uma grande explosão. Em seguida, vimos uma fumaça muito escura que envolveu toda a área", disse Nitin Joshi, de 63 anos, que mora na região há mais de 50 anos.

Partes da fuselagem do avião estavam espalhadas pelo prédio em chamas contra o qual ele se chocou. A cauda do avião ficou presa no topo do prédio.

(Reportagem de Sudipto Ganguly, Abhijith Ganapavaram, Sumit Khanna e Mahezabin Saiyed em Ahmedabad, Shivam Patel em Nova Délhi)

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