SÃO PAULO (Reuters) - A precificação de três grandes ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) na semana que vem no Brasil pode fazer as empresas competirem pelos mesmos investidores, disse nesta quinta-feira o presidente-executivo da B3 (SA:BVMF3), Gilson Finkelsztain.
"A gente vê que há grande interesse de investidores por IPOs do Brasil", disse o executivo em encontro com jornalistas. "Mas a precificação das três na semana que vem pode fazê-las disputarem a agenda dos mesmos investidores", afirmou.
Na semana que vem estão previstas a precificação dos IPOs da BR Distribuidora, unidade da Petrobras (SA:PETR4), da Neoenergia e da BK, dona do Burger King no Brasil. Três operações do tipo não são concluídas numa mesma semana desde 2011.
Além dessas, a Algar Telecom também deve precificar seu IPO na semana que vem. A Blau Farmacêutica e a SBF, dona da rede de lojas de artigos esportivos Centauro também devem precificar suas ofertas iniciais de ações, mas algumas semanas depois.
Na véspera, o Banrisul (SA:BRSR6) anunciou que seu controlador, o governo gaúcho, decidiu adiar uma oferta sequencial de ações da companhia, citando as atuais condições do mercado.
Segundo Finkelsztain, há uma lista robusta de IPOs prevista para o início de 2018, mas o sucesso dessas operações dependerá de uma conjunção de fatores, incluindo eventual volatilidade do mercado com a proximidade das eleições do ano que vem.
A receita líquida da B3 com o segmento Bovespa cresceu 17,7 por cento em 2017 até setembro, ante mesma etapa do ano passado, refletindo entre outros fatores o fato de o mercado brasileiro ter movimentado até agora mais de 14 bilhões de reais em ofertas públicas de ações, já o melhor resultado desde 2013.
(Por Aluísio Alves)