Investing.com – O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) conseguiu entregar rentabilidade com crescimento mesmo com cenário de desaceleração do setor, no entendimento de analistas. O controle da inadimplência foi destacado diante de um cenário em que outros players do setor vem sofrendo com altas mais robustas desse indicador.
Na visão do BB Investimentos, o Itaú Unibanco registrou um balanço sólido, com lucro líquido recorrente gerencial de R$ 8,7 bilhões, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 20,9%. Para o analista Rafael Reis, a carteira de crédito ainda equilibrou “a expansão e rentabilidade diante de um ciclo de desaceleração, com inadimplência sob controle”.
No entanto, o BB Investimentos pondera que a carteira de crédito classificada veio 1,7% menor no período entre abril e junho frente ao trimestre imediatamente anterior, ainda que tenha registrado variação anual positiva, mas ainda abaixo do mercado.
“Compensando o crescimento modesto vemos as receitas de crédito (margem com clientes) se expandindo, fruto de um mix incrementalmente favorável, sem perder o controle da inadimplência, que se agravou modestos 0,1 ponto percentual no trimestre, com a pessoa física – principal foco de calotes no mercado de crédito brasileiro na atualidade – se mantendo estável no trimestre”, destaca.
O BB Investimentos segue otimista a respeito das perspectivas para o banco, considerando as ações como uma das top picks para este ano, com preço-alvo de R$ 35,20 para o final de 2024.
Já a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, considerou mais um dado sem surpresas para o Itaú, o que considera benéfico em meio a um cenário ainda complexo para o crédito no Brasil. A decepção ficou por conta da receita de serviços, aponta. “Olhando à frente, esperamos que a performance continue à frente dos pares, que ainda devem levar um tempo para limpar seus balanços”, indica Quarema, ao citar que dentre os grandes bancos, a Empiricus considera Itaú como principal escolha.
O Inter Research concorda que o banco reportou um bom balanço, demonstrado “a melhor performance do Itaú frente aos pares privados, suportado pela qualidade dos seus ativos”, mas pondera que a qualidade de crédito no varejo pressiona. As micro, pequenas e médias empresas “têm se mostrado maior detrator neste trimestre nos resultados do banco e dos pares”, segundo o analista Matheus Amaral. O Inter possui recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$34 para 2023.
Às 11h29 (de Brasília), as ações preferenciais recuavam 0,51%, a R$27,52.