Investing.com – Com expectativas de mercado elevadas, o resultado trimestral do Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) e os dividendos bilionários não foram o suficiente para impulsionar as ações. A mensagem mais conservadora no guidance também tende a ser um ponto de atenção dos investidores, mas a postura mais cautelosa do banco diante de um cenário macroeconômico desafiador foi bem recebida por analistas.
O Itaú Unibanco registrou resultado líquido recorrente de R$10,884 bilhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023.
Após os indicadores apresentados ontem pela noite, as ações abriram o pregão desta quinta em queda mais acentuada, mas registram apenas leve baixa de 0,67% às 12h25 (de Brasília), cotadas a R$33,87.
“Acreditamos que o Itaú continua a apresentar os melhores resultados entre os bancos brasileiros, embora o conjunto de resultados, dividendos e guidance não tenha trazido grandes surpresas positivas”, destacaram os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS), que recomendam compra na ação, com preço-alvo de R$38.
Os dados foram positivos e em linha com o esperado, na opinião da Ativa, mas o banco demonstrou maior agressividade na expansão da sua carteira, o que demandou maior provisionamento. “Do lado negativo, nos preocupou o ritmo dos spreads com a Selic em alta, onde a taxa ajustada ao risco pela primeira vez, em algum tempo, indicou queda”, alertou, diante de um ambiente de crédito possivelmente mais desafiador em 2025. A indicação para o banco é neutra, com preço-alvo de R$39.
Os dados também foram avaliados como positivos pelo BB Investimentos, que recomenda compra para a ação, com preço-alvo de R$46.
“O resultado foi favorecido principalmente pela expansão da margem com clientes, apoiada no mix favorável e no crescimento orgânico da carteira de crédito, com custo do crédito estabilizado. Os detratores foram as maiores despesas, embora dentro de um contexto de sazonalidade”.
Felipe Moura, analista da Finacap, concordou que os resultados vieram conforme esperado, corroborando um ano extraordinário, no seu entendimento. “Sem dúvida continua sendo o destaque entre os bancos incumbentes. O banco veio muito bem, derrubando aquelas narrativas de que dificilmente os bancos incumbentes iriam voltar a ter um ROE de acima de 20%”. O anúncio de proventos extraordinários de R$ 15 bilhões também foi elogiado pelo analista, mas já era esperado pelo mercado.
Guidance conservador
Além do balanço, os investidores repercutem a divulgação do guidance para 2025. O banco espera uma expansão da carteira de crédito entre 4,5% e 8,5% e da margem financeira com clientes entre 7,5% e 11,5%. A margem financeira com o mercado deve ficar entre R$1 bilhão e R$3 bilhões e o custo do crédito entre R$34,5 bilhões e R$38,5 bilhões.
A instituição financeira considera, a partir de fevereiro, custo de capital de cerca de 15% na gestão dos negócios. O guidance de 2025 foi visto como conservador, mas traz tranquilidade, segundo analistas da Ativa e da XP (BVMF:XPBR31).
A XP, que considerou os dados do banco como sólidos, disse enxergar com bons olhos o guidance para 2025, com projeção de expansão da carteira abaixo dos 10% em 2024. “Esse nível de conservadorismo é bem-vindo, dado o ambiente macroeconômico incerto, e destaca as capacidades de gestão de risco do banco. O Itaú encerrou o ano com um balanço confortável e anunciou um programa de dividendos + recompra de ações no valor de R$ 18 bilhões (totalizando R$ 28 bilhões no ano), em linha com nossas expectativas”, ressaltou a XP. A indicação também é de compra, com preço-alvo de R$43.
O ajuste nas projeções traz poucas surpresas em um cenário menos aquecido esperado para este ano, segundo o BB Investimentos. O banco começa 2025 com uma mensagem mais conservadora para os investidores e para o mercado, mas a probabilidade de surpresas positivas é elevada, concluiu o especialista da Finacap.
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