Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - As ações do Itaú Unibanco (SA:ITUB4) subiam 1,54% nesta terça-feira (4) após a companhia registrar lucro líquido recorrente de R$ 6,398 bilhões no primeiro trimestre, alta de 63,6% em relação a 2020.
Perto das 10h25, os papéis eram negociados a R$ 28,33, com alta de 2,25% acumulada nos últimos trinta dias e de 24,5% nas últimas 52 semanas.
LEIA MAIS: Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta terça-feira
Segundo os analistas da XP Investimentos, apesar do forte lucro, a qualidade dos ganhos decepcionou, com linhas específicas que ajudaram no resultado sendo insustentáveis ou “realmente decepcionantes”.
Eles apontaram que as provisões menores contribuíram para o resultado, com o custo do crédito bancário ficando em R$ 1,2 bilhão abaixo das estimativas de R$ 4,1 bilhões. Como isso, escrevem, o Itaú consumiu 20 pontos percentuais de cobertura no trimestre, embora a inadimplência ainda esteja artificialmente baixa.
Eles também apontaram que a margem financeira veio da tesouraria, segmento menos sustentável do banco, enquanto o resultado líquido de intermediação financeira (NII) com o mercado saltou 224% anualmente para R$ 2,4 bilhões, impulsionado principalmente pelos resultados de trading e margens de overhedge, dois segmentos que os analistas acreditam ser menos sustentáveis do que o crédito.
LEIA MAIS: B3 cancela oferta de ações ON e PN do banco Modalmais após estreia
A corretora apontou que o Itaú parece estar ficando atrás de seus pares privados em termos de corte de custos, “uma vez que o banco ainda aumentou suas despesas totais em 3,2% anualmente para R$ 12,5 bilhões”.
Segundo eles, o Itaú poderia ter um melhor desempenho, especialmente nas despesas de pessoal, que cresceram 6% anualmente para R$ 6 bilhões.
“Como os concorrentes digitais têm um custo de servir e de aquisição de clientes menor que o do Itaú, os participantes do mercado devem olhar para os custos com cuidado”, apontam os analistas.
Já os analistas da Ativa Investimentos apontam que o banco apresentou um bom resultado trimestral, acima das expectativas.
Para eles, a surpresa positiva foi a forte redução no custo de crédito devido a menores provisões no período, que, combinada com aumento da margem financeira e menores despesas operacionais, permitiram que o lucro líquido crescesse de maneira expressiva e o ROE alcançasse 18,5%, próximo a patamares pré-Covid.
Do lado negativo, os analistas destacaram “alguns sinais de deterioração da qualidade da carteira de crédito”, que deve acelerar ao longo de 2021.