Itaú vê possibilidade de continuar com ROE acima de 20%, diz CEO

Publicado 07.08.2024, 09:41
Atualizado 07.08.2024, 11:26
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) deve continuar trabalhando com o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) acima de 20%, afirmou nesta quarta-feira o presidente-executivo do maior banco brasileiro, Milton Maluhy Filho, citando conforto com a dinâmica de todas as linhas de negócios.

"A gente disse é que a gente trabalharia com o ROE acima de 20%, e é nesse patamar a gente acha que é possível continuar trabalhando... naturalmente sujeito a desafios de todas as naturezas", disse Maluhy Filho, em entrevista coletiva após a divulgação do resultado trimestral na véspera.

"A gente continua bastante confortável com a dinâmica de todas as linhas de negócios do banco", acrescentou.

Na noite de terça-feira, o Itaú Unibanco reportou um lucro líquido recorrente de 10 bilhões de reais para o segundo trimestre, alta de 15,2% em relação ao mesmo período do ano passado, com o balanço mostrando melhora na margem financeira e na rentabilidade.

O retorno recorrente gerencial anualizado sobre o patrimônio líquido médio consolidado do maior banco brasileiro em ativos totalizou 22,4%, de 20,9% um ano antes e 21,9% no primeiro trimestre de 2024. O ROE Brasil ficou em 23,6%.

Maluhy Filho explicou que o ROE tem uma relação não só com o resultado que o banco vem conseguindo entregar, mas com o nível de capitalização, com o segundo trimestre encerrando com um índice de Capital principal de 13,1%.

O executivo explicou que esse patamar está acima do apetite a risco definido pelo conselho do banco de 11,5% e que se houvesse um ajuste a isso a operação de Brasil estaria rodando com um ROE de 25,7%. "De fato, foi um trimestre muito forte em rentabilidade", destacou.

Entre os incumbentes que já reportaram seus números, o Bradesco (BVMF:BBDC4) divulgou um ROE de 11,4% para o segundo trimestre, enquanto o Santander Brasil (BVMF:SANB11) mostrou um retorno de 15,5%. O Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) divulgará seus dados nesta quarta-feira, após o fechamento do mercado.

DIVIDENDOS

Com base nas informações atuais, Maluhy Filho afirmou que "certamente" o banco pagará dividendo extraordinário relativo ao resultado deste ano.

"A gente continua bastante positivo com esse dividendo extraordinário de novo, sempre preservando o capital do banco para que ele esteja a serviço dos nossos clientes, do crescimento orgânico e inorgânico do banco", disse.

Para o exercício do ano passado, o Itaú pagou 21,5 bilhões de reais em juros sobre capital próprio e dividendos, sendo que desse total 11 bilhões de reais representaram dividendos adicionais.

CRÉDITO

O presidente-executivo do Itaú também afirmou que o banco não antevê nenhuma razão para mudar ou recalibrar o apetite de risco para crédito, tanto no varejo como no atacado, mas ressaltou que permanece "vigilante".

"A gente não antevê nenhuma razão para não continuar crescendo a carteira de crédito, sempre olhando as informações disponíveis do mercado", disse, acrescentando que não são apenas dados macroeconômicas, mas também sobre a qualidade da saúde financeira dos clientes.

Ele observou que o comprometimento de renda e a alavancagem das famílias continuam em um patamar alto, "então todo crescimento tem que ser feito com muito cuidado".

No final do segundo trimestre, a carteira de crédito do Itaú somou 1,25 trilhão de reais, 8,9% acima do mesmo período de 2023, com expansão de 3,2% em pessoa física, 12,5% em micro, pequenas e médias empresas e de 16,3% em grandes empresas. Na base trimestral, a carteira total aumentou 5,9%.

O custo do crédito somou 8,812 bilhões de reais, queda de 6,7% ano a ano e estável ante o primeiro trimestre (+0,2%). O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,7%, também estável na base trimestral, mas abaixo dos 3% de um ano antes.

De acordo com o diretor de Relações com Investidores e Inteligência de Mercado do banco, Renato Lulia, a inadimplência está "absolutamente sob controle", com um percentual que é um dos menores da série histórica do banco. "Nós estamos bastante confortáveis com o cenário para a frente", acrescentou.

Das carteiras, Lulia, afirmou que o resultado do trimestre marca um ponto de inflexão no segmento de cartões, que pode já ter um crescimento a partir do próximo trimestre. No período de abril a junho, essa carteira mostrou estabilidade na base trimestral, a 130,9 bilhões de reais, com alta de 2% ano a ano.

EXTERIOR

O presidente-executivo do Itaú afirmou que o banco ainda vê muita oportunidade de fortalecer a operação no Brasil, enquanto algumas questões, sendo a tributária uma das mais relevantes, afeta a competitividade em outros mercados fora do país

"A gente continua muito satisfeito com a evolução dos nossos bancos, com a operação como um todo, todos eles performando muito bem, mas a gente não antevê nenhum movimento relevante fora do Brasil, a não ser melhorias incrementais do nosso ecossistema onde a gente está inserido", afirmou.

(Por Paula Arend Laier)

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