Dólar fecha em alta ante o real após aceleração das cotações no exterior
Investing.com - A Carlsberg A/S (CSE:CARLb) está explorando uma potencial listagem de suas operações na Índia, mas analistas esperam que o impacto financeiro seja modesto, apesar do crescimento do negócio e das altas avaliações no mercado local.
A cervejaria iniciou conversas com possíveis consultores sobre uma oferta pública inicial (IPO) de sua unidade na Índia, que contribui com cerca de 4% do EBIT do grupo.
Com base em comparações com empresas similares, o UBS estima que a subsidiária possa valer entre DKK 21 bilhões e DKK 27 bilhões, equivalente a aproximadamente 21% a 26% da capitalização de mercado da Carlsberg.
"Estimamos que a Carlsberg Índia possa ser avaliada entre DKK 21-27 bilhões (caso base DKK 24 bilhões)", disseram analistas do UBS, observando que o cálculo assume um múltiplo EV/EBIT de 45x, em linha com a United Breweries.
Empresas de bebidas indianas comandam avaliações premium. A United Spirits negocia a 40x EV/EBIT versus 13x da Diageo, a United Breweries a 38x contra 11x da Heineken, e a Radico Khaitan a 44x comparado com concorrentes europeus negociando mais próximos de 13x.
Em contraste, a Carlsberg como grupo atualmente negocia a 12x preço/lucro e 13x EV/EBIT.
Apesar da potencial valorização, analistas alertam que os benefícios para os acionistas podem ser limitados.
"No entanto, não esperamos que a Carlsberg se beneficie de qualquer reavaliação no caso de um IPO do negócio na Índia", disse a corretora, citando a falta de impacto positivo no preço das ações quando a empresa listou suas operações na Ásia em 2019, bem como respostas moderadas para rivais como Heineken e Diageo com suas unidades indianas.
Um benefício tangível poderia vir da redução da dívida. Projeta-se que a Carlsberg termine o ano fiscal de 2025 com uma relação dívida líquida/EBITDA de 3,33x, com uma meta de menos de 2,5x.
O UBS calcula que cada participação de 10% vendida no negócio indiano poderia reduzir a proporção em cerca de 0,12x. Ainda assim, analistas alertam que usar "um ativo joia da coroa apenas com o propósito de desalavancagem poderia ser percebido pelo mercado como um sinal de que a desalavancagem orgânica para atingir a meta não está no caminho certo".
As operações na Índia apresentaram forte crescimento nos últimos anos. Os volumes aumentaram uma média de 12% por trimestre nos últimos dois anos e meio, impulsionados pelas marcas Tuborg e Carlsberg.
A empresa ocupa a segunda posição no mercado indiano de cerveja, atrás da United Breweries. No segundo trimestre de 2024, a Carlsberg comprou a participação de seu parceiro de joint venture, removendo restrições de investimento, particularmente em torno da capacidade de produção e marketing.
O UBS afirmou que isso "remove várias restrições para investimentos adicionais" antes da expansão de capacidade planejada para 2026.
As orientações financeiras gerais da Carlsberg mostram estabilidade na lucratividade. As margens de EBIT do grupo estão previstas em 14,6% em 2025, subindo para 15,6% em 2027.
As vendas líquidas na Índia devem atingir DKK 3,5 bilhões em 2026 com uma margem EBIT de 15%, gerando cerca de DKK 531 milhões em lucro operacional.
O UBS manteve uma classificação neutra para a Carlsberg, com um preço-alvo de 12 meses de DKK 810, comparado com o fechamento das ações em DKK 770 em 12 de setembro de 2025.
"Um IPO poderia ajudar a acelerar ligeiramente a desalavancagem", disseram os analistas, mas acrescentaram que é improvável que o movimento mude materialmente o perfil de avaliação do grupo.