(Reuters) - O JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM) (BVMF:JPMC34) divulgou nesta sexta-feira uma queda de 17% no lucro no terceiro trimestre ante um ano antes, recuo menor do que o esperado pelo mercado, à medida que um salto na margem financeira amorteceu o efeito de maiores provisões para perdas com empréstimos e baixa atividade em trading devido à piora das perspectivas econômicas.
No trimestre, o lucro do JPMorgan caiu para 9,74 bilhões de dólares, ou 3,12 dólares por ação. A receita aumentou 10%, para 32,72 bilhões de dólares, ajudada por um aumento de 22% na receita com negociação de renda fixa.
O lucro ajustado do banco foi de 3,36 dólares por ação, bem acima da estimativa média dos analistas de 2,88 dólares, segundo dados da Refinitiv.
As ações do maior banco dos Estados Unidos subiam 2% em negociações pré-mercado após os resultados.
Tradicionalmente, o aumento das taxas de juros é positivo para os resultados de bancos, já que eles podem cobrar mais dos consumidores, mas o risco de uma desaceleração econômica e o aumento do custo dos empréstimos podem tornar as perspectivas econômicas mais nebulosas e prejudicar lucros futuros.
O presidente-executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, disse em comunicado que os consumidores norte-americanos continuam gastando e as empresas permanecem saudáveis.
No entanto, ele vê "ventos contrários significativos imediatamente à nossa frente", uma vez que a inflação teimosamente alta leva a taxas de juros globais mais elevadas, tendo citado também a guerra na Ucrânia e o estado frágil da oferta e dos preços do petróleo.
"Apesar de esperarmos o melhor, sempre permanecemos vigilantes e preparados para resultados ruins."
A analista do Credit Suisse (SIX:CSGN) Susan Roth Katzke disse que o JPMorgan apresentou "um conjunto sólido de resultados, de cima a baixo".
A margem financeira líquida, excluindo mercados, aumentou 51%, para 16,9 bilhões de dólares no trimestre, impulsionada por juros mais altos. Para o quarto trimestre, o banco espera que a métrica suba para cerca de 19 bilhões de dólares.
O JPMorgan provisionou 808 milhões de dólares em reservas, pois os aumentos das taxas de juros pelo banco central norte-americano alimentaram temores de uma desaceleração econômica. Em comparação, no mesmo trimestre do ano passado, o banco havia liberado 2,1 bilhões de dólares em reservas.
A receita de banco de investimento, um dos maiores negócios do JPMorgan, caiu 43%, para 1,7 bilhão dólares, à medida que a mistura de inflação alta e temores de recessão iminente forçaram compradores e vendedores a interromper transações.
A escassez de atividade de negócios levou a uma queda nas taxas com assessoria de fusões e aquisições e de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), contrastando com um cenário recorde no ano passado.
(Por Niket Nishant, Sweta Singh e Noor Zainab Hussain, em Bengaluru, e Lananh Nguyen, em Nova York)