Juros futuros fecham perto da estabilidade em dia de IPCA-15 e alta do dólar

Publicado 25.07.2025, 17:05
Atualizado 25.07.2025, 17:05
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a sexta-feira muito próximas da estabilidade, em uma sessão de liquidez menor marcada por novos dados de inflação no Brasil, pela alta do dólar ante o real e pela queda dos rendimentos dos Treasuries.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 14,23%, ante o ajuste de 14,233% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,59%, ante o ajuste de 13,579%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,8%, ante 13,786% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,92%, ante 13,906%.

A proximidade do início da cobrança pelos Estados Unidos de uma série de tarifas sobre produtos de boa parte de seus parceiros comerciais -- inclusive o Brasil -- em 1º de agosto seguiu permeando os negócios em todo o mundo.

Os rendimentos dos Treasuries chegaram a subir pela manhã, mas se firmaram em baixa à tarde em meio a notícias de que os EUA podem chegar a um acordo tarifário com a União Europeia no fim de semana, mas estariam distantes de um entendimento com o Canadá.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou pela manhã que a inflação medida pelo IPCA-15 -- considerada uma prévia para o índice oficial -- foi de 0,33% em julho, depois de 0,26% no mês anterior. A taxa em 12 meses atingiu 5,30% em julho, ante 5,27% em junho.

Os resultados ficaram um pouco acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 0,30% no mês e de 5,26% em 12 meses.

Apesar do resultado acima do esperado, o economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, Carlos Thadeu, destacou a abertura do indicador. Nos serviços subjacentes, a taxa recuou de 5,96% para 5,47% pelo critério de três meses com ajuste anualizado e, nos bens industriais, pelo mesmo critério, foi de 3,52% para 2,74%. A média dos núcleos de inflação passou de 4,81% para 4,41%.

“A despeito do número ligeiramente maior (era esperado por alguns temas difíceis de mensurar), o fator mais importante foi a desaceleração de todas as aberturas na margem”, escreveu Thadeu em comentário sobre o IPCA-15.

Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2028 chegou a oscilar em baixa, marcando a mínima de 13,550% (-3 pontos-base ante o ajuste anterior) às 11h05. Mas depois disso o avanço do dólar ante o real, em meio às preocupações com a relação Brasil-EUA, conduziu a taxa para o terreno positivo.

Durante um evento em Osasco (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu nesta sexta-feira que o Brasil quer negociar com os EUA, mas não apresentou nenhuma indicação de que houve algum avanço neste sentido.

No início da tarde, reportagem da agência Bloomberg informando que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, está preparando a base legal para a cobrança de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, fez o dólar marcar máxima ante o real, conduzindo as taxas dos DIs para os picos do dia. Às 13h01 a taxa para janeiro de 2028 atingiu a máxima de 13,630% (+5 pontos-base).

Apesar das dúvidas sobre os impactos na economia e na inflação da disputa tarifária, os investidores seguiam convictos na manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima semana. Perto do fechamento desta sexta-feira a curva brasileira precificava em 97% a probabilidade de manutenção da taxa básica de juros.

Na quinta-feira -- atualização mais recente -- a precificação das opções de Copom negociadas na B3 (BVMF:B3SA3) indicava 96,06% de chances de manutenção da Selic, contra 2,85% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base na próxima semana.

Às 16h36, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 2 pontos-base, a 4,384%.

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