Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Raia Drogasil (SA:RADL3) teve lucro líquido ajustado de 127,6 milhões de reais no terceiro trimestre, alta anual de 33,1 por cento, em meio ao aumento de receitas e ganho de mercado, na esteira do ambicioso plano de abertura de lojas.
Após amortização do ágio, o lucro líquido da maior rede de varejo farmacêutico do país ficou em 116,9 milhões de reais, alta de 39,1 por cento sobre o mesmo período de 2015.
A receita bruta da empresa alcançou 3,05 bilhões de reais, com acréscimo ano a ano de 25,2 por cento. A margem bruta ficou em 29,5 por cento - alta de 0,9 ponto percentual na base anual.
O desempenho da Raia Drogasil destoa de outras companhias do varejo que já divulgaram balanços, que mostraram reflexos da recessão econômica e aumento do desemprego no país.
Segundo o presidente-executivo da Raia Drogasil, Marcílio Pousada, o mercado farmacêutico reflete menos os problemas macroeconômicos e tem como guia de crescimento o envelhecimento da população, que deve continuar ajudar o setor.
A elevação da margem bruta refletiu a aplicação do reajuste anual nos preços de medicamentos, de 11,8 por cento em média, acima do reajuste de 6 por cento em 2015, detalhou a companhia.
A empresa fez grande antecipação de compras no primeiro trimestre, o que a fez entrar no terceiro quarto com estoque a preços mais baixos, o que não ocorreu em anos anteriores.
De julho a setembro, a alta média foi de 13,5 por cento nas receitas nas mesmas lojas e de 8,9 por cento nas lojas com mais de três anos. Segundo a empresa, o desempenho foi prejudicado pelos Jogos Olímpicos, que tiveram impacto negativo estimado de 1,3 ponto percentual.
A Raia Drogasil abriu 53 lojas no trimestre e fechou 13. No ano, a rede abriu 150 lojas. A meta do grupo é de 200 aberturas brutas por ano tanto para 2016 como para 2017. A participação nacional da empresa alcançou 11,8 por cento, alta pró-forma de 1,8 ponto, incluindo a 4Bio.
Pousada destaca que a abertura de lojas 'com qualidade' tem ajudado e seguirá ajudando os resultados da companhia à frente. "Nosso foco é qualidade com quantidade", disse ele à Reuters.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado aumentou 39,1 por cento, a 254 milhões de reais, com margem de 8,3 por cento, acréscimo de 0,8 ponto em relação ao mesmo intervalo de 2015.
Os dados ficaram acima das estimativa média de analistas ouvidos pela Thomson Reuters, de lucro de 118,23 milhões de reais, Ebitda de 243,68 milhões e receita de 2,9 bilhões.
NORDESTE
O principal destaque regional foi o Nordeste, onde a Raia Drogasil alcançou 4,7 por cento do mercado, alta de 2,4 pontos, com o crescimento na Bahia e a entrada em cinco Estados em 2014.
Em São Paulo, a fatia de mercado foi de 24,1 por cento (alta de 2,4 pontos percentuais), e no Centro-Oeste, (+1,5 ponto.
Em produtos, o destaque foram os medicamentos de venda livre, com alta de 26,4 por cento nas receitas e de 0,4 ponto na participação no mix de vendas, enquanto perfumaria expandiu-se 19,3 por cento, mas reduziu em 1 ponto a participação no mix.
"O clima registrado no trimestre foi mais frio do que o do ano anterior, impulsionando as vendas em OTC e em prescrição e penalizando a performance em perfumaria", explicou a companhia.
As despesas com vendas somaram 571,4 milhões, equivalente a 18,7 por cento da receita bruta, aumento de 0,1 ponto percentual, com maiores gastos com pessoal, marketing e aluguel.
No trimestre, o fluxo de caixa livre foi positivo de 172,5 milhões de reais, contra 68,2 milhões de reais um ano antes.
Os investimentos da rede de drogarias no trimestre somaram 143,7 milhões de reais, sendo 88 milhões para abertura de novas lojas. Em igual etapa de 2015, os aportes foram de 98,6 milhões.
(Por Paula Arend Laier)