Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco (BVMF:BBDC4) teve lucro líquido recorrente de 5,2 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 13,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo banco nesta quinta-feira.
Previsões de analistas compiladas pela Lseg apontavam uma expectativa média de lucro de 5,14 bilhões de reais para o Bradesco entre julho e o final de setembro. Na comparação com o segundo trimestre, a linha final do resultado do banco mostrou aumento de 10,8%.
O retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) alcançou 12,4% no período de julho a setembro de 2024, ante 11,4% no trimestre anterior e 11,3% um ano antes.
A carteira de crédito expandida totalizou 943,9 bilhões de reais, aumento de 7,6% em 12 meses e de 3,5% no trimestre, com o índice de inadimplência total acima de 90 dias recuando para 4,2%, de 5,6% um ano antes e 4,3% no segundo trimestre.
O resultado do Bradesco veio dois dias depois que o Santander Brasil (BVMF:SANB11) abriu a temporada de divulgações dos grandes bancos listados no Brasil, informando que sua carteira no terceiro trimestre cresceu 6% sobre um ano antes e índice de calotes estável em 3,2% sobre o trimestre imediatamente anterior.
As provisões para devedores duvidosos (PDD) recuaram 22,4% ano a ano, para 7,1 bilhões de reais no terceiro trimestre. Na comparação com três meses imediatamente anteriores, houve recuo de 2,2%.Nos primeiros nove meses do ano, a carteira de crédito mostra crescimento de 7,6%, enquanto a margem financeira registra queda de 4,8% e a PDD expandida totaliza 22,2 bilhões de reais.
De acordo com o presidente-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, apesar do cenário macro apresentar desafios, o mix da carteira de crédito é bem conservador e as novas safras de crédito vem apresentando boa qualidade.
"Nossos índices de inadimplência melhoraram novamente em todos os segmentos. Assim, nos sentimos confortáveis para continuar avançando", afirmou o executivo em nota à imprensa.
A margem financeira total somou 16 bilhões de reais, aumento de 0,9% relação ao mesmo período de 2023 e expansão de 2,7% no trimestre, com a margem com clientes encolhendo 1,3% ano a ano, mas subindo 2,5% na base trimestral, para 15,6 bilhões de reais.
A receita com prestação de serviços cresceu 8,7% no três meses encerrados no final de setembro ano a ano e 6,3% frente ao trimestre anterior, para 9,9 bilhões de reais, em parte influenciado pelo aumento na participação da Cielo.
No terceiro trimestre, foi concluído o fechamento do capital da Cielo, empresa de pagamentos na qual o Bradesco divide o controle com o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3). Excluindo esse efeito, as receitas teriam subido 5,1% e 2,8%, respectivamente.
As despesas operacionais do banco somaram 15,05 bilhões de reais, alta de 12,1% ano a ano e de 4% no trimestre, em desempenho também afetado pela Cielo. Excluindo isso, as variações teriam sido de 9,9% e 2%, respectivamente.
O Bradesco manteve as previsões para 2024, entre elas expansão de 7% a 11% na carteira de crédito expandida e aumento de 3% a 7% na margem financeira total, além de PDD de 35 bilhões a 39 bilhões de reais.
ALTA RENDA
Além do balanço do terceiro trimestre, o Bradesco anunciou nesta quinta-feira o novo segmento para clientes de alta renda, com conceito de atendimento renovado, incluindo escritórios de relacionamento localizados em praças escolhidas pelo perfil econômico e alto potencial de negócios.
"O primeiro desafio é o da conquista, o segundo é o de prover rentabilidade com segurança ao patrimônio, e o terceiro é usufruir tudo o que foi construído", afirmou. "Não é uma corrida de impacto imediato, mas uma caminhada com avanços graduais e duradouros", disse o presidente do Bradesco.