A Caixa Econômica Federal viu seu lucro líquido encolher 37,5% em 2020 na comparação com 2019, para R$ 13,169 bilhões, em um ano que foi peça chave para o governo Bolsonaro ao capitanear o pagamento do auxílio emergencial no País. Último grande banco brasileiro a abrir seus números, que trouxe marcas da pandemia, entregou um resultado operacional bem mais fraco, menores margens financeiras e ainda o reforço no colchão para perdas com calotes por conta da covid-19.
O balanço do quarto trimestre de 2020, porém, já esboça uma reação. No período, a Caixa entregou lucro líquido de R$ 5,671 bilhões, elevação de 15,8% em relação ao mesmo intervalo de 2019. Ante os três meses imediatamente anteriores, o desempenho foi ainda melhor, com um salto de 200% nos resultados.
A carteira de crédito do banco, no conceito amplo, alcançou saldo de R$ 787,422 bilhões ao fim de dezembro último, alta de 4,1% ante setembro. Em um ano, o avanço chega a 13,5%. A expansão resulta do esforço do banco público para apoiar pessoas físicas e pequenas empresas durante a crise. Dentre outras ações, a Caixa foi um dos atores de programas de crédito do governo Bolsonaro criados para por conta das medidas de restrição de mobilidade para conter o vírus no Brasil.
Na habitação, da qual é líder isolada no Brasil, os empréstimos foram a R$ 510,636 bilhões no quarto trimestre de 2020, alta de 2,4% em relação ao terceiro. No acumulado do ano passado, o avanço foi de 9,8%.
A Caixa encerrou 2020 com R$ 1,450 trilhão em ativos totais, elevação de 12,1% em relação a 2019. Seu patrimônio líquido foi a R$ 92,821 bilhões, aumento de 15,1%, na mesma base de comparação.
Em linha com bancos privados, a rentabilidade da Caixa encolheu. O retorno sobre o patrimônio líquido médio do banco (ROE, na sigla em inglês) foi de 15,18% no quarto trimestre, um declínio de 10,94 pontos porcentuais na comparação anual. Em relação aos três meses anteriores, entretanto, teve alta de 0,98 p.p.