Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A elétrica EDP (SA:ENBR3) Energias do Brasil, da portuguesa EDP, registrou lucro líquido de 510,5 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 70,3% ante o mesmo intervalo de 2020, informou nesta segunda-feira a companhia, que avançou ainda no processo para a venda de três hidrelétricas.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado entre julho e setembro somou 753,9 milhões de reais, alta de 30,1% na comparação com um ano antes.
Os segmentos de Distribuição e Transmissão foram os principais destaques do trimestre, ressaltou a empresa.
"Os resultados foram claramente bons", disse a jornalistas o presidente da EDP no Brasil, João Marques da Cruz, quando também destacou a eficiência da companhia para atingir os resultados.
Em comunicado, a empresa apontou que o volume de energia distribuída apresentou aumento de 4,2% no trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2020, em função da recuperação da atividade econômica e expansão do número de clientes.
Paralelamente, o processo de reajuste tarifário da EDP Espírito Santo resultou no aumento de 9,75% na tarifa média para o consumidor e em uma alta de 46% da Parcela B.
Na EDP São Paulo, por sua vez, o reajuste tarifário aprovado promoveu uma elevação de 12,4% na tarifa média para o consumidor e um aumento de 32,6% na Parcela B. Mas, nesse caso, o evento ocorreu após o fechamento do terceiro trimestre, então sem impacto no trimestre avaliado.
Na Transmissão, os empreendimentos em operação apresentaram no trimestre RAP Líquida de 45,8 milhões de reais e Ebitda regulatório de 39,8 milhões de reais.
Mais cedo nesta segunda-feira, a EDP anunciou a aprovação para o investimento em seu primeiro projeto de energia solar de larga escala – o desenvolvimento de uma usina fotovoltaica com capacidade instalada de 209 MW no Rio Grande do Norte.
COMPRA E VENDA DE ATIVOS
Cruz adiantou ainda a jornalistas que entrou em negociações exclusivas com uma entidade para a venda das hidrelétricas Santo Antônio do Jari, Cachoeira Caldeirão e Mascarenhas, sendo o plano para as duas primeiras um desinvestimento em conjunto com a sócia China Three Gorges.
A expectativa da EDP é assinar a venda das unidades até o fim do ano. Segundo o executivo, foi um amplo processo de venda, com muitos interessados. Após sua conclusão, a empresa não planeja iniciar imediatamente outra venda de ativo.
"Não vamos de forma imediata iniciar mais nenhum processo (de venda de ativos), mas não quer dizer que no futuro não o faremos", pontuou Cruz.
A operação, que permitirá ainda uma redução da exposição ao segmento hídrico, ocorre após a companhia ter arrematado em leilão a Celg-T por 1,9 bilhão de reais na semana passada e vendido três empreendimentos de transmissão: os lotes 24, 7 e 11, localizados no Estado do Espírito Santo e Maranhão, respectivamente.
Com a estratégia de rotação de ativos, a companhia trocou os 439 km de linhas e três subestações vendidas por 756 km de linhas e 14 subestações do portfólio da Celg-T, elevando sua presença no segmento de Transmissão.
A EDP também anunciou nesta segunda-feira que seu Conselho de Administração aprovou o cancelamento de ações atualmente mantidas em tesouraria e o lançamento de um novo programa de recompra de ações ordinárias de sua emissão.
"Quem mais do que nós para apostar na qualidade da nossa ação", afirmou Cruz, ao defender que a empresa está "subvalorizada" na bolsa.
Ainda segundo o presidente da EDP no Brasil, avaliações de mercado apontam que a ação da empresa poderia estar próxima de 30 reais a unidade, enquanto são atualmente negociadas por volta dos 20 reais.
(Por Marta Nogueira)