Após um ano de negociações, a alemã Lufthansa (ETR:LHAG) obteve a aprovação da Comissão Europeia para adquirir uma participação de 41% da italiana ITA Airways. A aprovação veio com concessões significativas, incluindo a entrega de algumas rotas e slots aos concorrentes. Esse movimento permite que a Lufthansa expanda sua presença no mercado do sul da Europa.
O escrutínio e as demandas dos reguladores europeus levantaram preocupações entre executivos do setor, investidores e analistas sobre o futuro da consolidação das companhias aéreas na Europa. O ambiente regulatório poderia desencorajar as principais companhias aéreas de buscar novas fusões e aquisições.
A IAG, proprietária da British Airways, negocia desde 2019 a aquisição da companhia aérea espanhola Air Europa. A União Europeia estabeleceu um prazo de 20 de agosto para o IAG fazer concessões. Da mesma forma, os planos da Air France-KLM de comprar uma participação de 19,9% na companhia aérea escandinava SAS devem ser examinados por regulamentação.
As companhias aéreas argumentaram que a consolidação é necessária para mitigar os altos custos operacionais e se recuperar dos impactos da pandemia de COVID-19, que interrompeu severamente as viagens globais.
No entanto, os reguladores estão preocupados com o crescente domínio dos três maiores grupos de companhias aéreas da Europa – IAG, Air France-KLM e Lufthansa – e os potenciais efeitos negativos na escolha e acessibilidade do consumidor.
O CEO da TAP, Luis Rodrigues, sugeriu no mês passado que o novo governo não deveria vender toda a companhia aérea e deveria considerar o envolvimento de investidores não relacionados à aviação, como empresas de private equity. Essa estratégia pode abordar as preocupações sobre alguns grandes grupos de companhias aéreas que dominam o setor.
As complexidades das fusões de companhias aéreas são destacadas pelo tempo e despesas envolvidas, incluindo honorários advocatícios e a perda de valiosos slots de decolagem e pouso. Martina Farkas, sócia de fusões e aquisições da Linklaters, indicou que esses negócios estão se tornando mais longos e complexos.
Os governos muitas vezes veem as transportadoras nacionais como ativos estratégicos, complicando ainda mais as negociações. O ex-comissário antitruste da União Europeia, Didier Reynders, indicou que os reguladores exigirão concessões mais duras para garantir uma concorrência justa.
A IAG propôs concessões adicionais, incluindo a oferta de 52% dos voos da Air Europa aos concorrentes, para resolver as preocupações sobre seu domínio de mercado na região ibérica. As ações da IAG subiram mais de 5% na quarta-feira, após o otimismo de que a aprovação do acordo com a ITA pode ser um bom presságio para sua própria aquisição da Air Europa.
A empresa detém uma parcela significativa dos slots nos principais aeroportos de Madri e Barcelona, com 50% e 47%, respectivamente. Enquanto isso, companhias aéreas de baixo custo como a Ryanair (NASDAQ:RYAAY), que tem uma participação de mercado substancial na Itália, muitas vezes não são consideradas no mesmo conjunto competitivo que a Lufthansa e a ITA pelos reguladores, apesar das extensas ofertas de voos da Ryanair em toda a Europa.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.