Por Senad Karaahmetovic
As ações da Lyft (NASDAQ:LYFT) operavam em alta de 2,91% por volta das 10h48 desta terça feira. Os papéis chegaram a recuar 20% antes da abertura, depois que a empresa divulgou seus resultados no 3º tri e forneceu projeções.
A Lyft apurou um lucro líquido ajustado de US$ 36,7 milhões, acima do consenso de US$ 28,1 milhões. A receita no período foi de US$ 1,05 bilhão, levemente abaixo da estimativa de US$ 1,06 bilhão dos analistas. O número de clientes ativos saltou mais de 7%, para 20,31 milhões, mas ainda assim ficou abaixo do consenso de 21,1 milhões.
“Tomamos medidas decisivas para garantir que possamos registrar um crescimento rentável, e estamos ainda mais confiantes em nossa capacidade de alcançar nossas metas financeiras de 2024”, declarou Logan Green, cofundador e CEO da Lyft.
Para este trimestre, a Lyft projetou uma receita de US$ 1,155 bilhão, no ponto intermediário da faixa e levemente abaixo do consenso de US$ 1,16 bilhão. A expectativa é que o Ebitda ajustado seja de US$ 90 milhões, novamente abaixo do consenso de US$ 91,7 milhões.
No geral, os analistas do sell-side avaliaram de forma negativa os resultados da Lyft, na medida em que confirmaram que a companhia está perdendo mercado para a rival Uber (BVMF:U1BE34)(NYSE:UBER).
Analistas da Evercore ISI admitiram que a empresa “está no lado errado”, o que lhes fazia rebaixar as ações da Lyft de “acima da média” para “em linha com o mercado”, apesar do valuation “bastante razoável”. O preço-alvo foi cortado em mais de 50%, para US$ 18 por ação.
"Nossa tese de investimento se baseava na crença de que os fundamentos da LYFT se beneficiariam de uma recuperação tardia no ciclo de compartilhamento de corridas. Acreditávamos que a grande exposição da companhia aos mercados da Costa Oeste e a corridas compartilhadas impulsionaria a recuperação de receita e a base de clientes no segundo semestre deste ano. Isso ainda pode ocorrer, já que pode haver um atraso aqui, mas o crescimento notavelmente fraco no número de clientes ativos do 3º tri nos preocupa bastante”, explicaram em nota aos clientes.
Analistas do banco de investimento BTIG disseram que a queda nos clientes ativos e a projeção de receita abaixo do consenso eram “pontos de preocupação”. Os analistas também estimam que a receita bruta antes de investimentos aos motoristas cresceu em um dígito ano a ano.
“Esses três fatores devem aumentar as preocupações dos clientes em relação à participação de mercado e às perspectivas de crescimento da categoria no pós-pandemia”, escreveram os analistas em nota.
As ações da Lyft acumulavam uma queda de cerca de 70% antes dos resultados do 3º tri.