M. Dias Branco prevê melhora de margens, aposta em estratégia de preços

Publicado 10.08.2020, 13:11
Atualizado 10.08.2020, 13:15
© Reuters.

Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - Após um trimestre positivo, com volume de vendas, receita líquida e lucro líquido superiores aos resultados do mesmo período de 2019, a M. Dias Branco (SA:MDIA3) afirmou, em teleconferência com imprensa e analistas, que espera que suas margens se tornem ainda mais fortes nos próximos trimestres, com aumento de preços, redução de custos e continuidade do atual plano estratégico de crescimento.

Como destaques dos resultados do trimestre, a companhia citou a sólida posição financeira, com redução de alavancagem, o crescimento do lucro líquido, a estratégia de crescimento sustentada por investimentos e o recorde de produção. 

A forte demanda vista no período, na visão dos executivos da empresa, deve continuar. “O efeito Covid, principalmente em massas, ajudou a acelerar nosso planejamento. As pessoas correram para comprar e a gente repôs inventários em muitos mercados. O que estamos fazendo agora é acompanhar”, afirma a companhia. Além disso, a pandemia também acelerou a presença dos produtos da M. Dias Branco no e-commerce.

Os executivos da companhia destacaram que houve crescimento nas duas áreas estratégicas da empresa, a de “ataque”, que corresponde a sudeste, centro oeste e sul, e a de “defesa”, que compreende o norte e o nordeste, assim como nas principais linhas de produto, em que o crescimento de volume chegou aos dois dígitos.

Do lado do custo, houve forte redução. “Acreditamos que essa não é a margem que teremos no futuro. Nossas expectativas são de margens bem maiores e estamos trabalhando muito para que isso aconteça”, aponta Gustavo Lopes Theodozio, vice-presidente de investimentos e controladora da empresa.

Houve aumento de preço em todas linhas de produto, sendo que o primeiro aumento de preços de 2020 foi anunciado ainda no primeiro trimestre. Um segundo aumento, que começará a ser implementado durante este mês, foi anunciado ao longo do segundo trimestre. Segundo Rômulo Dantas, vice-presidente comercial da empresa, “a arquitetura de preços segue sendo desenvolvida. Não dá para implementar do dia para a noite, pois envolve muitos fatores de construção de marca.” Outro destaque de Dantas é que os repasses de preços estão muito aquém da necessidade real da indústria.

Nesse sentido entra uma das principais estratégias de crescimento de receita e aumento de margem mencionada pelos executivos durante a conferência: aumentar a percepção de valor das marcas e seus produtos e, assim, ser capaz de implementar aumento de preços. Além disso, há a intenção fortalecer o portfólio com produtos com maior valor agregado.

Em relação ao crescimento, Theodozio destaca que o plano de expansão tem dado certo, com atenção especial para a área de exportação. Em termos de crescimento inorgânico, por outro lado, a companhia afirma que segue atenta a oportunidades de M&A, que tendem a surgir em momentos de crise econômica.

Sobre a alocação de capital para os próximos trimestres, Theodozio aponta que deve haver investimento na produção, sobretudo em automação e aumento de capacidade. Outro ponto mencionado é a recompra de ações, que a empresa planeja retomar em algum momento.

Piraquê

Em relação à Piraquê, adquirida em 2018, destaca-se o volume sustentado e o aumento nas margens. Quando foi adquirida, a Piraquê tinha margem líquida de 14% e margem bruta de aproximadamente 40%. Hoje, no segundo trimestre, a margem líquida é de quase 24%, enquanto a margem bruta se mantém na casa dos 40%. Segundo a companhia, esse aumento nas margens é fruto de um trabalho de dois anos e resultado sobretudo da verticalização de farinha de trigo, da evolução da estrutura de custos e despesas e da captura de sinergias.

Além disso, a empresa destaca ver potencial da Piraquê não só em seus mercados tradicionais, mas no país todo. Algumas regiões em que a marca vem crescendo são São Paulo, Minas Gerais e Nordeste.

Balanço

A companhia registrou avanço de 51,5% no lucro líquido do segundo trimestre ante mesmo período de 2019, para 152,4 milhões de reais. A empresa viu seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subir 23,5% no segundo trimestre, para 225,6 milhões de reais.

A receita líquida do período bateu recorde trimestral de 1,89 bilhão de reais, ao crescer 22,2% quando comparada ao desempenho obtido um ano antes.

O volume total de vendas subiu 19% no segundo trimestre, para 536,1 mil toneladas, puxado pelo desempenho da área de massas, que marcou um salto de 37,4% na comercialização, alcançando 129,7 mil toneladas.

Do ponto de vista de matéria-prima, a companhia disse que atingiu o maior nível histórico de verticalização de farinha de trigo (99%) e de gordura vegetal (100%).

No mercado internacional, a empresa obteve recorde de receita, com alta de 526% nas exportações do segundo trimestre, para 93,3 milhões de reais.

--Com participação da Reuters

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