Os últimos tempos não têm sido fáceis para o Magazine Luiza (BVMF:MGLU3). Além de as ações terem sido castigadas no mercado financeiro, a companhia divulgou na quinta-feira, 11, um prejuízo acima do esperado no segundo trimestre, de R$ 135 milhões. O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse que a companhia promete "trabalhar duro" para virar os resultados. "A perspectiva de venda é melhor no segundo semestre. É preciso avaliar o estoque de acordo com a perspectiva", disse.
Ele se recusou, no entanto, a dar projeções de alta nas vendas para o segundo semestre, mas disse que a empresa está em condições de ganhar mercado. "Prometo trabalhar duro. Temos tudo para conseguir voltar a ganhar mercado. Mesmo se o 'bolo não crescer', o que é improvável, temos como ganhar mercado", afirmou.
NO VERMELHO
O prejuízo líquido de R$ 135 milhões no segundo trimestre representou uma reversão do lucro líquido de R$ 95,5 milhões reportado no mesmo período do ano passado. No conceito ajustado, que exclui efeitos não recorrentes, o resultado foi negativo em R$ 112 milhões, frente aos R$ 89 milhões positivos de um ano atrás.
O número veio 23% pior do que a média das cinco casas consultadas pelo Prévias Broadcast (Itaú BBA, Santander (BVMF:SANB11), BTG Pactual (BVMF:BPAC11), Eleven e XP (BVMF:XPBR31)). O resultado ajustado, porém, ficou mais próximo da previsão das casas, em R$ 112 milhões negativos.
Na linha do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o resultado foi de R$ 457 milhões, queda de 1,7% na comparação com o reportado de abril a junho de 2021. O mesmo indicador no conceito ajustado, porém, foi de R$ 492 milhões, alta de 8%.
Ao todo, a companhia vendeu R$ 13,9 bilhões no trimestre, uma variação positiva de 1,3% em relação a um ano atrás. Enquanto isso, a receita líquida foi de R$ 8,6 bilhões, com queda de 5%.
PROJEÇÃO
O diretor financeiro, Roberto Belissimo, diz que o estoque da companhia, excluindo o que tem origem na compra do Kabum, está menor do que em junho de 2021. Já o vice-presidente comercial e de operações, Fabrício Garcia, diz que o estoque está saudável e não apresenta rupturas, e que eventos como a Copa do Mundo, no fim do ano, poderão dar um alívio à varejista.
Garcia se prepara para maior demanda por televisores no segundo semestre e indica um quarto trimestre positivo. Ele diz que a chegada do 5G tem mostrado aumento de 30% a 40% na busca por aparelhos compatíveis com a tecnologia.