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Máquinas agrícolas: fabricantes aguardam Moderfrota e juros menores no Plano Safra 2023/2

Publicado 12.06.2023, 17:53
© Reuters.  Máquinas agrícolas: fabricantes aguardam Moderfrota e juros menores no Plano Safra 2023/2

A menos de um mês do início do Plano Safra 2023/24, que vai vigorar a partir de 1º de julho, a indústria de máquinas agrícolas mantém a expectativa de mais recursos para o financiamento destes equipamentos. A perspectiva é de que o Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas, seja um dos programas-chave da política agrícola do governo Lula e tenha taxas de juros mais atrativas, segundo fabricantes ouvidos pelo Broadcast Agro nos bastidores da Bahia Farm Show, que terminou no último sábado, 10.

Montadoras estimam que o montante a ser disponibilizado no programa para o próximo ciclo ficará entre R$ 13 bilhões a R$ 34 bilhões, conforme proposto pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O governo, por sua vez, sinaliza a intenção de reforçar o Moderfrota, mas em valores ainda não detalhados.

Para a safra 2022/23, o Ministério da Agricultura destinou inicialmente R$ 8,764 bilhões para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras Moderfrota (Moderfrota). Porém, com complementações feitas ao longo deste ano, atendendo à reivindicação da indústria, o montante disponível para a linha chegou a aproximadamente R$ 11 bilhões, segundo cálculos de fontes da pasta. A última suplementação para o programa, de R$ 1,9 bilhão operacionalizada pelo BNDES, foi anunciada na semana passada durante a Bahia Farm Show.

Na avaliação do diretor Comercial da Case IH, fabricante de máquinas agrícolas do grupo CNH Industrial, Denny Peres, a liberação de um volume de 10% a 15% maior que no ciclo passado ajudaria na extensão dos financiamentos. "Na safra passada, acabou faltando recurso e o governo precisou fazer novos aportes. Se for 10%, 12% ou 15% a mais que no anterior, imaginamos que permitirá estender as vendas por mais tempo. Trabalharemos para que toda a linha de crédito seja consumida", observou.

Para o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, também do grupo CNH, Cláudio Calaça, seria necessário um volume quase três vezes maior que o disponibilizado ao Moderfrota na safra passada para o mercado "rodar" com maior estabilidade. Ele estima que uma cifra de cerca de R$ 30 bilhões seria suficiente para evitar solavancos e interrupções nas vendas por esgotamento de crédito público. "A nossa expectativa é de que venha um volume maior de recursos em comparação com anos anteriores. No ano passado, o valor durou menos de dois meses. Vemos que o valor financiado tem aumentado nos últimos anos, enquanto o montante do recurso permanece estável, portanto é necessário um volume de recursos maior para que consigamos realmente ter previsibilidade e perenidade nessa linha e consigamos fazer negócios durante todo o ciclo 22023/24", avaliou Calaça.

Diretor de Vendas da Massey Ferguson, marca de máquinas agrícolas do grupo AGCO, Alexandre Stucchi lembra que o aumento de 8% na cifra para o Moderfrota atual ante o anterior foi parcialmente consumido pelo incremento dos preços do maquinário, fazendo com o recurso tenha sido insuficiente para a demanda de equipamentos. "Para o novo Plano Safra 2023/24, esperamos um aumento substancial nos recursos. O governo está com algumas medidas importantes para subsídios de preços, seja para automóveis, seja para caminhões. Como a agricultura é o motor impulsionador do PIB, acreditamos que nessa linha de incentivo, o governo deva vir com um plano safra muito superior ao anterior. Não sabemos quais serão as condições de financiamento, mas imaginamos que haverá disponibilidade de dinheiro ainda maior que a do ano passado", comentou.

Stucchi pondera que o Brasil ainda possui uma demanda reprimida por máquinas agrícolas em comparação com outras regiões produtoras, como os Estados Unidos e a Europa, com menor número de máquinas por hectare. "Temos muito para crescer ainda em relação à demanda de máquinas por hectare e por produtividade. Para o agricultor ter a necessidade de investimento do agricultor coberta, seria necessário volume substancial", apontou o executivo.

A Fendt, marca alemã de máquinas de alta potência do grupo AGCO, aguarda pelo Plano Safra, mas já se prepara com linhas próprias de financiamento ao agricultor a fim de evitar possíveis esgotamentos nos recursos oficiais. "O mercado se adequou à falta de crédito. Já surgiram várias ferramentas, como consórcios e linhas próprias juntamente com banco de fábrica e revenda. Alguns produtores têm buscado também troca de grãos por máquinas", relatou o gerente Comercial da Fendt Brasil, Pedro Desconci.

Expectativa de juros menores - Fabricantes esperam que os juros aplicados no Moderfrota 2023/24 permaneçam próximos ao praticado na política atual, mas com viés de redução. A perspectiva das montadoras é de que as taxas permaneçam na faixa dos dois dígitos, considerando a taxa Selic em 13,75% ao ano. Atualmente, a taxa de juros prefixada do Moderfrota é de até 12,5% ao ano, com prazo de sete anos para aquisição de itens novos e de quatro anos para itens usados.

Na avaliação de Calaça, da New Holland, já há entendimento no mercado de que os juros do Plano Safra tendem a acompanhar a Selic. "Não temos expectativa de expressiva redução porque sabemos que para a redução de juro de algo que você capta no mercado, você tem um volume de recurso de equalização muito grande para colocar em cima para você conseguir baixar um pouquinho essa taxa. A expectativa é que o juros não tenha muita diferença daquilo que já vem sendo praticado nos últimos meses, mas, com o volume maior de recursos, vai ajudar o mercado", observou. "O mercado e o governo não apontam para taxa abaixo do que está sendo praticado hoje em máquinas e equipamentos. Acredito que 12,5% ao ano deve permanecer no próximo Plano Safra", completou Peres, da Case IH. Desconsi, da Fendt, concorda com a expectativa de manutenção da taxa acima de dois dígitos e aponta que os fabricantes têm subsidiado parte dos juros juntamente com os bancos de fábrica e concessionárias para viabilizar os financiamentos.

O AGCO Finance, banco de fábrica voltado às marcas do grupo, prevê uma leve redução nas taxas aplicadas, mas ainda semelhantes à praticada na safra atual. "Achamos que continue em dois dígitos, mas pode ser que diminua para 11% ou 11,5% ao ano, mas ainda é uma incógnita porque não sabemos quanto o governo vai disponibilizar para a equalização de juros", avaliou o coordenador Comercial do banco, Daniel Romano. "Esperamos que nos próximos meses, com diminuição das taxas e maior volume de recursos, o produtor volte a adquirir os equipamentos por meio dos financiamentos.".

A visão é compartilhada por agentes financeiros privados. O Santander (BVMF:SANB11) espera que as taxas do Plano Safra sigam próximas à Selic. O banco prevê Selic em 13% ao fim deste ano e em torno de 11,5% em 2024 - período de vigência do plano safra, que vai até 30 de junho do próximo ano. "Entendemos que a taxa de juros de investimento em máquinas, deve ficar em dois dígitos por uma questão de equalização por parte do governo", pontuou o head de Agronegócios do Santander, Emerson Souza.

Roberto França, diretor de Agronegócios do Bradesco (BVMF:BBDC4), projeta queda na Selic a partir deste ano para em torno de 12% e continuidade da queda ao longo de 2024. "O Plano Safra tende a levar em consideração a previsão de queda da Selic para os próximos 12 meses, o que implica na queda do custo de captação para o banco. Vemos que o Plano Safra, em tese, tende a encerrar com uma taxa Selic menor que a do início, para uma média em torno de 11%, o que é bom para equalização das taxas pelo Tesouro", projetou.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para discussão da Selic deve ocorrer entre 20 e 21 junho - antes do anúncio oficial do Plano Safra 2023/24.

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