Marisa tem lucro de R$2,4 mi no 1º tri, com receita e margem maiores

Publicado 15.05.2025, 20:28
Atualizado 15.05.2025, 20:30
© Marisa

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Marisa teve lucro líquido consolidado de R$2,4 milhões nos primeiros três meses do ano, revertendo o prejuízo de R$148,3 milhões sofrido no mesmo período de 2024, em mais um resultado do plano de reposicionamento da marca e da reestruturação da companhia, que assegurou expansão de receitas e margens no período, com melhora na linha de despesas.

"Nós estamos vindo bem e a expectativa nossa do ano é uma muito boa, de continuidade com todo esse trabalho que nós estamos fazendo, de ajuste de coleção, planejamento, abastecimento", afirmou o presidente-executivo da companhia, Edson Garcia, em entrevista à Reuters, sem dar números sobre o desempenho nas primeiras semanas do segundo trimestre.

No primeiro trimestre, a receita líquida cresceu 17,7%, para R$297,9 milhões, enquanto as vendas em mesmas lojas subiram 19,2%, com a empresa destacando a expansão das linhas infantil e masculina. Apesar do foco no público feminino da classe C, o plano da empresa é tornar a Marisa um destino completo de compras para toda a família.

Garcia também chamou a atenção para a expansão da base ativa de cartões Marisa, com crescimento de 92,4% frente ao primeiro trimestre do ano passado, atingindo a marca de quase 1 milhão de cartões, como mais um componente para a expansão da receita líquida no começo de 2025. As vendas com o cartão representaram 22,9% das transações, de 16,1% um ano antes.

A margem bruta aumentou para 51,1%, de 45,8% um ano antes, conforme os custos das mercadorias vendidas e prestação de serviços registraram expansão em um ritmo menor do que a receita, de 6,2%. As despesas com vendas, gerais e administrativas em relação à receita líquida, por sua vez, mostraram queda de 10,9 pontos percentuais, para 48,7%.

O resultado operacional medido pelo Ebitda totalizou R$86,4 milhões, revertendo a performance negativa em R$29,6 milhões no primeiro trimestre de 2024. A margem Ebitda ficou em 29%.

Os investimentos (capex) somaram R$4,4 milhões primeiro trimestre de 2025, acréscimo de 46,7% em relação aos mesmos meses do ano passado, com a empresa priorizando gastos na ampliação e reformas das lojas e em tecnologia da informação.

De acordo com o presidente-executivo da companhia, no primeiro trimestre a Marisa implementou uma nova tecnologia e reforçou a equipe de planejamento para melhorar a previsão de demanda, e agora no segundo trimestre está adotando uma ferramenta de abastecimento automatizada.

"Eu tenho um planejamento muito mais bem feito... uma melhor assertividade na previsão de demanda, menos rupturas, um potencial de venda maior e redução de remarcações, porque eu vou colocar o produto no lugar certo... Vou melhorar minha rentabilidade, minha margem", afirmou.

MAIS LOJAS TALVEZ EM 2026

Ao final de março, a Marisa tinha 233 lojas, de 235 unidades no mesmo período de 2024. A base ativa de clientes, por sua vez, cresceu 13,3%, para 6,3 milhões, e o "churn" (clientes sem compras há mais de 12 meses) foi reduzido em 58,4%.

Garcia afirmou que 2025 ainda não é um ano de expansão de lojas, embora ele afirme gostar muito do tema.

"Esse é o ano da estabilização, de levar a empresa para um outro patamar, entregar os resultados, e talvez a partir do ano que vem vamos começar a discutir essa agenda mais positiva de crescimento, que é uma agenda que com certeza virá. Só não queremos colocar isso agora, porque como temos muitas coisas ainda pra fazer, isso desvia o foco", afirmou.

A dívida líquida saltou para R$110,3 milhões, de R$29,7 milhões no final de 2024, enquanto o caixa caiu de R$93,5 milhões para R$10,3 milhões.

No material de divulgação do balanço, a Marisa afirmou que esse movimento está alinhado ao perfil sazonal do setor, já que o primeiro trimestre é historicamente o de menor geração de caixa, em comparação com o último trimestre do ano. "Também financiamos a operação, neste início de 2025, com recursos próprios, diferentemente do primeiro trimestre de 2024."

De acordo com o executivo, esse movimento está relacionado a aumento de estoques pela companhia, financiados com recursos do caixa, então a expectativa é de melhora nessas linhas do balanço no próximo trimestre. "Você está pagando antecipado para vender até agosto", explicou, reforçando que esse movimento nos estoques foi relevante para a expansão das vendas.

No final de março de 2025, o índice dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses situou-se em 0,5 vez, "um múltiplo bem baixo, bem controlado", afirmou Garcia. No final de 2024, esse índice estava em 0,2 vez.

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