Por Geoffrey Smith
Investing.com -- As ações do McDonald's (NYSE:MCD) recuavam 0,67% às 13h14 desta segunda-feira depois que a gigante de fast-food anunciou o início do processo de venda de seus restaurantes na Rússia para um comprador local.
O grupo disse que espera registrar um encargo não monetário de cerca de US$ 1,2 a US$ 1,4 bilhão contra o lucro como resultado. Disse também que reconhecerá "perdas significativas na tradução de moeda corrente estrangeira" previamente registradas no patrimônio líquido.
No entanto, a empresa pretende manter a sua marca registada presente no país.
O anúncio resolve grande parte da incerteza que paira sobre o destino da sua rede na Rússia, que tem sido uma valiosa fonte de lucros para a empresa desde a abertura da primeira loja há mais de 30 anos - embora tenha contribuído menos para os ganhos desde a primeira invasão da Rússia na Ucrânia, em 2014, e o consequente enfraquecimento da sua economia.
"A crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia, bem como o ambiente operacional imprevisível resultante, levaram o McDonald's a concluir que a propriedade continuada do negócio na Rússia não é mais sustentável, nem é consistente com os valores do McDonald's", disse a empresa em comunicado.
A expansão do McDonald's na Rússia após a queda da União Soviética é um símbolo poderoso da vitória do capitalismo guiado pelo consumidor sobre o comunismo ao final da Guerra Fria, mas é pouco provável que a sua retirada tenha o mesmo status simbólico, já que centenas de outras empresas fizeram movimentação semelhante. Diversas companhias ocidentais tomaram os primeiros passos para encerrar seus negócios imediatamente, mas o processo administrativo de saída está se mostrando menos simples. Empresas como a Heineken (SA:HEIA34)(AS:HEIN) e a Nestlé (SIX:NESN) estão ansiosas para não vender negócios viáveis por centavos, e também sensibilizadas quanto a abandonar sua força de trabalho local, que em muitos casos chegam a milhares de pessoas.
O McDonald's fechou seus restaurantes na Rússia no dia 8 de março, cerca de duas semanas após a invasão, mas vai pagar os salários de sua equipe no país até que um acordo seja concluído.
A notícia foi divulgada no mesmo dia em que o grupo automotivo francês Renault (EPA:RENA) anunciou que havia concordado em vender sua operação da marca própria na Rússia e a sua participação controladora na Avtovaz, a maior fabricante de automóveis do país, de volta para compradores russos, com a Reuters publicando, segundo fontes anônimas, que receberia apenas um preço simbólico de 1 rublo.