Estácio (SA:ESTC3) precisa decidir se quer ser protagonista ou coadjuvante em uma possível nova empresa (Pixabay)
SÃO PAULO – Um movimento de consolidação inesperado motivou um sobe-e-desce frenético das principais ações do setor de educação superior na Bolsa. Na semana passada, a Kroton (SA:KROT3) fez uma oferta pela Estácio (ESTC3). Depois, neste domingo, a Ser Educacional (SA:SEER3) (SERR3) entrou na jogada e também declarou o seu amor pelo novo alvo.
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A Kroton, que ao lado da própria Estácio têm atuado fortemente nas aquisições, propôs 0,997 das suas ações para cada uma da rival. O valor, contudo, foi prontamente visto com baixo por muitos analistas, que esperam um número mais perto de 1,3 ação. Ainda assim, os papéis ESTC3 dispararam 35% apenas em junho.
Fora até domingo dessa disputa, a Ser entrou como um terceiro lado desse triângulo amoroso. O flerte, entretanto, foi diferente. A companhia propôs uma combinação dos negócios, o que resultaria em uma nova empresa com 68,7% das ações nas mãos da Estácio e os 31,3% restantes para a Ser. Além disso, seriam pagos um dividendo extraordinário de R$ 590 milhões.
Quem vai levar?
A resposta para quem vai levar a Estácio, claro, só dependerá dos seus acionistas e de uma escolha sobre qual o papel que eles desejarão ter em uma nova companhia: protagonista (em uma união com a Ser) ou coadjuvante (em um casamento com a Kroton). A depender da criação de sinergias, a segunda é a melhor opção.
Segundo o Citi Research, com a Kroton, a combinação traria R$ 500 milhões em lucro operacional por ano, enquanto que com a Ser esse valor seria de metade. Isso porque tanto a Kroton quanto a Estácio têm uma maior parte dos negócios no ensino a distância. A Ser está apenas engatinhando nesse segmento.
“A oferta da Ser pela Estácio vem com o objetivo de ela se fortalecer em um mercado que pode ficar ainda mais concentrado. Ela queria acelerar o crescimento no ensino a distância e, se ocorrer a fusão da Estácio com a Kroton, isso criará um participante ainda mais forte para competir por novas aquisições”, avaliam os analistas da Coinvalores, Daniel Liberato e Felipe Silveira.
Desta forma, segundo o analista da Empiricus Research, Max Bohn, a Kroton precisará fazer uma nova proposta para levar a Estácio. Já a Ser, caso não consiga avançar nas conversas com a Estácio, pode procurar outro grupo para manter suas forças no mercado, como a Devry ou a Laureate.