Investing.com - Crises políticas não tiraram o apetite dos investidores no mercado acionário, mesmo com informações negativas referentes às relações comerciais e a resultados abaixo do esperado de empresas que divulgaram o balanço do quarto trimestre nesta semana.
A semana iniciou com a divulgação de dados referentes ao comércio exterior de dezembro da China. Os piores dados em 2 anos derrubaram os mercados acionários na segunda-feira, com Dow, S&P 500 e Nasdaq perdendo, respectivamente, 0,36%, 0,53% e 0,94%. Na terça-feira, autoridades chinesas sinalizaram novo pacote de estímulos para reverter os dados negativos e o pessimismo, tornando o mercado bullish novamente, que encerrou os quatro dias seguintes no azul.
A rejeição do acordo de saída da Grã-Bretanha da União Europeia, negociado pela primeira-ministra Theresa May, pelo Parlamento britânico por uma margem de 230 votos, a pior derrota governamental desde o século 19, não abalou os mercados acionários globais, tampouco proporcionou uma forte queda da libra. Apesar da queda de quase 1% minutos após a derrota de May, a libra retomou o patamar de US$ 1,28, mantendo-o após a vitória de May contra o voto de desconfiança movido pelo Partido Trabalhista.
Apesar da preponderância bullish no mercado acionário americano, os bears tiveram seus momentos durante a semana com o início da temporada de balanço do quarto trimestre do ano passado e a guerra comercial entre EUA e China. Enquanto JP Morgan e Morgan Stanley(NYSE:MS) apresentaram resultados abaixo do consenso de mercado, Goldman Sachs e Bank of America tiveram performances melhores, impulsionando o apetite bullish.
Já a disputa comercial sino-americana teve dois momentos distintos. Na quinta-feira de manhã, os futuros das bolsas americanas operaram no negativo após um grupo bipartidário de legisladores americanos apresentou projetos de lei que proibiriam a venda de chips ou outros componentes dos EUA para a Huawei Technologies, ZTE Corp (HK:0763) ou outras empresas de telecomunicações chinesas que violam as sanções ou leis de controle de exportação. Entretanto, informação de quinta-feira a tarde do The Wall Street, de que os EUA podem tirar as tarifas para prosseguir com as negociações com os chineses, levou otimismo ao mercado, encerrando o dia e a sexta-feira em alta.
Em meio ao otimismo prossegue o impasse entre o presidente Donald Trump e os Democratas sobre o orçamento, completando 27 dias de paralisação parcial na última sexta-feira. Além disso, o Fed divulgou o seu Livro Bege com suas avaliações sobre a saúde da economia americana, destacando o fortalecimento do mercado de trabalho com aumento moderado dos salários e a pressão da disputa comercial sino-americana nos custos das empresas.