Investing.com – O mercado reagia bem ao balanço do maior banco privado da América Latina, mesmo com revisão do guidance após a venda das operações na Argentina. Nesta terça-feira, 07, as ações preferenciais do Itaú Unibanco Holdings (BVMF:ITUB4) subiam 2,87% às 15h15 (de Brasília), com papéis cotados a R$29.
O banco enxerga uma retração na inadimplência em pessoa física no último trimestre deste ano, momento em que é comum a elevação das ofertas de crédito para consumo, e pretende elevar a remuneração a acionistas, com a possibilidade de maiores dividendos ou recompra de ações, informou em coletiva de imprensa o presidente-executivo Milton Maluhy Filho.
Na opinião do BB Investimentos, o Itaú apresentou dados positivos, com lucro líquido recorrente gerencial de R$ 9,0 bilhões, com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 21,1%.
“O resultado foi marcado por dinâmicas similares às dos trimestres anteriores, com carteira de crédito ainda equilibrando expansão e rentabilidade diante de um ciclo de desaceleração, com inadimplência e custos sob controle”, avalia o analista Rafael Reis.
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“Navegando com serenidade o ciclo de alta da inadimplência conjugada com desaceleração da originação no setor bancário, em nossa visão, o Itaú agrega mais um resultado de qualidade, demonstrando a fortaleza de sua operação”, completa o analista.
O BB Investimentos conta com classificação de compra para as ações do Itaú Unibanco, com preço-alvo de R$35,20, e considera que previsibilidade, solidez e performance operacional demonstram ótimo potencial no setor com menor risco possível.
O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) ponderou que as receitas foram mais fracas, mas o lucro líquido esteve em linha com o esperado pelo banco. “O trimestre apresentou um crescimento limitado das receitas, mas uma qualidade de ativos estável e melhoria do custo”, destaca, ao apontar a solidez da rentabilidade.
O banco aponta ainda que a expansão dos empréstimos segue limitada a clientes de alta renda, o que indicaria apetite por crédito ainda conservador, afirmam Mario Pierry e Flavio Yoshida.
Para o BofA, uma atualização da recomendação atual, que é neutra, com preço-alvo de R$33, dependeria de novos sinais de crescimento mais fortes da carteira de empréstimos.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) considerou os resultados como sólidos, com lucro líquido conforme o esperado. “O resultado inclui 1 mês de operações argentinas vendidas em agosto, com impacto negativo de R$ 1,2 bilhão e tratado como item extraordinário no resultado do 3T23”, detalha a XP, ao lembrar o ajuste para retirar o impacto das operações no país vizinho.
Os analistas da XP consideraram a qualidade dos ativos como forte e a alta da carteira de crédito como modesta, que desacelerou mais uma vez.
“Esta descida pode ser vista como um sinal de alerta, uma vez que o ritmo atual está ligeiramente abaixo do limite inferior da orientação do banco”, alertam.
Com a venda da operação na Argentina, houve ajustes no guidance, lembra a XP, que possui recomendação de compra e preço-alvo de R$35.
Guidance
O Itaú divulgou projeções atualizadas para o ano devido à venda das operações do banco Itaú Argentina. Assim, o guidance para crescimento da carteira de crédito total, que ia de 6% a 9%, passa a ser estimado entre 5,7% e 8,7%.
A expansão de margem financeira com clientes, que ia de 13,5% para 16,5%, passa para 12,5% a 15,5%. Já o crescimento da receita de prestação de serviços e resultado de seguros, que estava na faixa entre 5% e 7%, cai para 4,7% a 6,7%. As despesas não recorrentes de juros, cujo crescimento era projetado entre 5% e 9%, é estimada agora entre 4% e 8%.