SÃO PAULO (Reuters) - A Meta lançou nesta terça-feira seu assistente de inteligência artificial gratuito pela primeira vez América Latina, mas deixou o Brasil de fora, citando "incertezas regulatórias locais".
Com atualizações e novos recursos, a "IA da Meta", como é chamada, traz opções de idiomas para um leque de países que inclui Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, mas não o Brasil.
"Devido a incertezas regulatórias locais, a IA da Meta não estará disponível no Brasil neste momento e continuaremos a trabalhar com as autoridades locais competentes", afirmou a companhia.
A decisão ocorreu após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados do Brasil suspender no início do mês a vigência da nova política de privacidade da Meta envolvendo o uso de dados pessoais para treinar sistemas de IA generativa.
O órgão citou "risco iminente de dano grave e irreparável ou de difícil reparação aos direitos fundamentais dos titulares afetados".
A dona do WhatsApp e do Instagram, atendendo a ordem do órgão de proteção de dados, suspendeu funções de IA generativa no Brasil, enquanto trata a questão com a ANPD a fim de "endereçar suas perguntas sobre IA generativa".
O anúncio do assistente de IA da Meta ocorreu junto ao lançamento global do novo modelo de linguagem da empresa, chamado de Llama 3.
O modelo, segundo a empresa, é capaz de "conversar" em oito idiomas, escrever códigos de computador de maior qualidade e resolver problemas matemáticos mais complexos do que as versões anteriores, segundo a Meta.
Os 405 bilhões de parâmetros, ou variáveis que o algoritmo leva em consideração para gerar respostas às consultas dos usuários, superam a versão anterior lançada no ano passado, embora ainda sejam menores do que os principais modelos oferecidos pelos concorrentes.
O modelo GPT-4, da OpenAI, por outro lado, tem 1 trilhão de parâmetros e a Amazon (NASDAQ:AMZN) está investindo em um modelo com 2 trilhões de parâmetros.
O assistente virtual "IA da Meta" utiliza o Llama 3. Os usuários podem interagir com a ferramenta por meio do WhatsApp, Instagram, Messenger e Facebook (NASDAQ:META), de acordo com a empresa.
(Por Patricia Vilas Boas)