Micron vai parar de vender chips para servidores na China após proibição, dizem fontes

Publicado 17.10.2025, 13:00
Atualizado 17.10.2025, 13:07
© Reuters.

Por Hyunjoo Jin e Brenda Goh

SEUL/XANGAI (Reuters) - A Micron planeja parar de fornecer chips para data centers na China depois que a empresa não conseguiu reverter uma proibição do governo chinês de 2023 sobre seus produtos, disseram duas pessoas informadas sobre a decisão.

A Micron foi a primeira fabricante de chips dos Estados Unidos a ser alvo de Pequim depois de uma série de restrições impostas por Washington que tiveram como objetivo impedir o progresso tecnológico da indústria de semicondutores da China.

Desde então, tanto os chips da Nvidia quanto os da Intel foram igualmente acusados pelas autoridades chinesas e por um grupo do setor de apresentarem riscos à segurança da China, embora não tenha havido nenhuma ação regulatória sobre os produtos das duas empresas.

LENOVO CONTINUA SENDO CLIENTE

A Micron continuará a vender para dois clientes chineses que têm operações significativas de data center fora da China, um dos quais é a Lenovo, disseram as fontes.

A empresa norte-americana, que obteve US$3,4 bilhões, ou 12%, de sua receita total na China continental no último ano, também continuará a vender chips para clientes do setor automotivo e de telefonia móvel na segunda maior economia do mundo, disse uma das fontes.

Questionada, a Micron disse em um comunicado à Reuters que a divisão de chips foi afetada pela proibição e que a empresa cumpre as regulamentações aplicáveis onde faz negócios. A Lenovo não se manifestou.

As tensões comerciais entre EUA e China e a rivalidade tecnológica só aumentaram desde 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, começou a impor tarifas de importação sobre produtos chineses durante seu primeiro mandato. No mesmo ano, Washington aumentou acusações contra a gigante chinesa de tecnologia Huawei, afirmando que a empresa representa um risco à segurança nacional dos EUA.

A Huawei negou essas acusações. Nvidia e Intel também negam acusações de que seus produtos representam riscos à segurança nacional chinesa. A Micron também disse em 2023, antes da conclusão da investigação da China, que mantinha a segurança de seus produtos.

Atualmente, os EUA sancionaram centenas de entidades chinesas. A China, que é mais dependente de tecnologia importada, adotou muito menos medidas regulatórias.

O investimento em data centers usados na China aumentou nove vezes, chegando a 24,7 bilhões de iuans (US$3,4 bilhões) no ano passado, de acordo com uma análise da Reuters de documentos de compras governamentais.

De acordo com uma terceira fonte, a equipe de data center da Micron na China emprega mais de 300 pessoas. A Reuters não foi capaz de estabelecer imediatamente quantos empregos podem ser afetados pela decisão de interrupção de vendas.

"Temos uma forte presença operacional e de clientes na China, e a China continua sendo um mercado importante para a Micron e para a indústria de semicondutores em geral", disse a Micron em declaração à Reuters.

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