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Por Yuka Obayashi e Katya Golubkova
TÓQUIO (Reuters) - A Mitsubishi se retirará de três projetos japoneses de energia eólica offshore devido à alta de custos, informou nesta quarta-feira, em medida que representa um golpe nas metas de segurança energética do Japão e nos esforços do país para reduzir sua dependência de combustível importado.
Um consórcio liderado pela Mitsubishi venceu os primeiros leilões para os três parques eólicos nas prefeituras de Chiba e Akita em 2021. Os parques tinham capacidade projetada de 1,76 gigawatt e deveriam começar a operar por volta de 2028 a 2030.
O executivo-chefe da Mitsubishi, Katsuya Nakanishi, disse na quarta-feira que os aumentos de custos excederam em muito as projeções, incluindo os preços de construção que mais do que dobraram desde a fase de licitação de 2021.
"Examinamos minuciosamente todas as medidas possíveis, mas, em comparação com nossas premissas da licitação, os custos mais do que dobraram, tornando impossível até mesmo a recuperação do investimento", disse ele em uma coletiva de imprensa.
"Mesmo com contramedidas como a reestruturação da cadeia de suprimentos, concluímos que as despesas totais -- incluindo custos operacionais e de manutenção -- ultrapassariam a receita das vendas de energia elétrica, dificultando a continuidade do projeto."
No início deste ano, a Mitsubishi registrou uma despesa de 52,2 bilhões de ienes (US$354 milhões) com os projetos.
Embora tenha reafirmado o compromisso da Mitsubishi com a descarbonização, Nakanishi não chegou a dizer que a empresa voltaria a participar de projetos eólicos offshore nacionais, acrescentando apenas que deve considerar cuidadosamente suas futuras medidas.
O Japão quer que a capacidade dos parques eólicos offshore atinja 10 GW até 2030 e 45 GW até 2040, e leiloou cerca de um décimo da capacidade almejada. Os vencedores de outros leilões offshore incluem a RWE, a Iberdrola e a BP.
’CONFIANÇA PREJUDICADA’, METAS ATRASADAS
Aumentar a participação da energia renovável é crucial para o Japão, o segundo maior comprador de gás natural liquefeito (GNL) do mundo, depois da China.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria alertou anteriormente que a demanda do Japão por GNL poderia estar aumentando novamente com o crescimento da inteligência artificial, enquanto os desenvolvimentos de projetos de energia renovável correm o risco de ficar atrasados em relação ao cronograma.
A desistência da Mitsubishi é "profundamente lamentável" e atrasará a expansão da energia eólica offshore no Japão, disse o ministro da Indústria, Yoji Muto, a Nakanishi, da Mitsubishi, que procurou o ministério para comunicar a desistência.
"Essa retirada trai as expectativas locais e corre o risco de minar a confiança do público na energia eólica offshore", disse Muto, acrescentando que o governo planeja leiloar novamente os três empreendimentos.
No entanto, o novo leilão, devido ao aumento dos custos, pode ser um desafio.
O CEO da RWE, Markus Krebber, disse na quarta-feira que a empresa alemã não tinha interesse em assumir os projetos da Mitsubishi: "Nosso pipeline de projetos está bem preenchido no geral. Portanto, atualmente não estamos nos concentrando em outros projetos no Japão".
(Reportagem de Yuka Obayashi e Katya Golubkova; reportagens adicionais de Kantaro Komiya e Satoshi Sugiyama em Tóquio e Tom Kaeckenhoff em Duesseldorf)