Investing.com - As ações da MRV (BVMF:MRVE3) caíam na manhã desta quinta-feira, 19, após a companhia divulgar os dados da prévia operacional do quarto trimestre. Às 11h30 (de Brasília), os papéis apresentavam queda de 3,78%, a R$6,87.
A empresa de engenharia, que se coloca como a maior construtora residencial da América Latina, reportou queima de caixa de R$539,5 milhões 4T22, melhor do que o resultado negativo de R$1,220 bilhão no terceiro trimestre, mas 258,3% pior do que a queima de R$150,6 milhões no quarto trimestre do ano de 2021. A companhia possui 43 anos de atuação é presente em 163 cidades, além de 22 estados brasileiros.
“A queima de caixa reportada pela operação de incorporação da MRV&Co se deve ao atual nível de margem bruta reportada e deverá ser revertido gradualmente ao longo do ano de 2023, à medida que a margem bruta se recuperar”, informou a MRV em documento divulgado aos acionistas e ao mercado.
A MRV apontou que o período foi de venda de mais um empreendimento da Resia: Oak Enclave, localizado na Florida, Estados Unidos, totalizando 420 unidades e um VGV de US$ 113 milhões, além do lançamento do empreendimento Pine Ridge, também nos EUA. A empresa teve um aumento de 22,7% no ticket médio na comparação anual.
Em relatório, o Santander (BVMF:SANB11) disse que a prévia veio mais fraca do que o esperado, combinando fraco pré-vendas com consumo de caixa mais forte do que o previsto.
Segundo o Santander, o desempenho inferior nas vendas foi resultado das elevações contínuas no preço médio das unidades vendidas, maior concentração de lançamentos no segundo semestre, além de impactos negativos da eleição e da Copa do Mundo.
De acordo com os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, o consumo de caixa das operações no Brasil, que chegou a R$ 406,9 milhões no 4T22, contra R$ 253,2 milhões no 3T22, pode ser explicado pela expansão nas operações, projetos vendidos com margens menores durante a pandemia, além de provisões para juros, despesas com dívidas e marcação a mercado. “Acreditamos que a implementação dos contínuos aumentos de preços deve desempenhar um papel importante na melhorando a lucratividade da MRV, mas a lenta conversão desta para as margens brutas reportadas pode continuar a limitar o desempenho da ação no curto prazo”, ponderam os analistas.
O Santander possui recomendação Outperform para as ações, com preço-alvo de R$15,50.