Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações da fabricante brasileira de cosméticos Natura (SA:NTCO3) apresentam volatilidade na manhã desta sexta-feira na bolsa brasileira, se alternando entre alta e baixa. A companhia divulgou ontem, após fechamento do mercado, um prejuízo líquido de R$ 820,8 milhões no primeiro trimestre, uma vez que os custos não recorrentes relacionados da aquisição da Avon ofuscaram um aumento na receita, mesmo com a crise do coronavírus.
Por volta das 11h53, os papéis tinham queda 2% a R$ 35,72, com mínima em R$ 34,85 e máxima em R$ 37,50. As ações da Natura vão em direção oposta ao do Ibovespa hoje, que opera em alta de 2,51% a 80.074 pontos.
Excluindo efeitos extraordinários e não caixa, o prejuízo líquido da empresa no período foi de R$ 284,8 milhões, informou em um documento de valores mobiliários, comparado com uma perda de R$ 82 milhões no ano anterior.
O lucro ajustado antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) diminuiu 20,9%, para R$ 571,5 milhões, enquanto a margem EBITDA ajustada caiu para 7,6%, ante 9,8% no primeiro trimestre de 2019.
A receita líquida da Natura, no entanto, cresceu 1,9% em relação ao ano anterior, para R$ 7,52 bilhões, impulsionada principalmente pelas operações da América Latina e sua marca Aesop.
"É um crescimento pequeno, mas bom comparado aos nossos concorrentes globais ... A América Latina é a região mais importante para nós e a crise do COVID-19 chegou um pouco mais tarde aqui", disse o CEO da empresa, Roberto Marques, à Reuters por telefone.
O grupo de cosméticos também intensificou os esforços para impulsionar as plataformas digitais durante o surto e viu as vendas de comércio eletrônico crescerem mais de 250% nas últimas semanas, disse ele.
Mas o impacto do coronavírus deve ser maior no segundo trimestre, principalmente na América Latina, o que representa entre 40% e 50% da receita total da Natura.
"Será um segundo trimestre difícil, mas esperamos uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre", disse Marques.
A Natura tinha uma posição de caixa de R$ 4,6 bilhões no final de março e planeja levantar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões por meio de uma colocação de private equity a ser subscrita pelos acionistas controladores e investidores selecionados.