Investing.com – As ações da Natura (BVMF:NTCO3) despencavam no pregão desta terça-feira, 13, em repercussão ao seu balanço trimestral com prejuízo e pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos da subsidiária não operacional Avon Products (NYSE:AVP). A companhia reportou resultado líquido negativo consolidado de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 17,4% do prejuízo apurado um ano antes.
Às 10h57 (de Brasília), os papéis recuavam 7,88%, a R$15,10.
“A dívida líquida da empresa, excluindo leasing, alcançou R$ 2,1 bilhões no segundo trimestre, um salto significativo em comparação aos R$275 milhões registrados no primeiro trimestre de 2024”, destacou a EQI Investimentos.
Os dados foram considerados mistos pela XP Investimentos (BVMF:XPBR31), que citou melhores tendências na América Latina, mas uma Avon Internacional com dados fracos e afetados por efeitos não recorrentes.
De acordo com os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, a margem da Avon Internacional permaneceu fraca e o resultado líquido foi afetado “por uma baixa contábil não-caixa de R$725 milhões relacionada à reestruturação da Avon Product Inc., enquanto o consumo de caixa foi de R$859 milhões, impactado por investimentos em recebíveis para apoiar o crescimento do Brasil”, detalham, ao lembrar que a simplificação corporativa está em suas fases finais. A XP possui compra na ação, a R$21 de preço-alvo.
Chapter 11 da Avon Products
O BTG (BVMF:BPAC11) mencionou a continuidade do processo de recuperação, mas ainda desafiador, com alta na rentabilidade em destaque, além da entrada da Avon Products no Chapter 11 dos Estados Unidos, para lidar com seus passivos.
“Embora o processo do Chapter 11 acrescente complexidade para o caso da Natura, deverá eventualmente simplificar sua estrutura e atender às questões judiciais sobre talco nos EUA”, disseram os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.
O BTG elogiou os esforços para simplificar a estrutura e melhorar as margens, mas pondera que o ritmo de recuperação permanece incerto, o que motiva indicação neutra no papel, com preço-alvo de R$18.