Investing.com – As ações da Natura (BVMF:NTCO3) subiam forte na manhã desta terça-feira, 14, em repercussão ao balanço da fabricante de cosméticos e ao acordo para a venda da marca The Body Shop.
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Às 11h20 (de Brasília), os papéis apresentavam valorização de 4,39%, a R$14,52.
A Natura reportou um lucro líquido consolidado de R$7,024 bilhões, revertendo prejuízo de R$559,8 milhões relatado em igual período em 2022. O balanço foi impulsionado pelos efeitos da venda da Aesop, que foi finalizada no terceiro no trimestre.
Na visão do Itaú BBA, o período foi suave, mas com sinais encorajadores. O banco avaliou os dados como abaixo do esperado quanto à receita, mas margem Ebitda conforme previsto.
“A receita líquida consolidada caiu 10,5% ao ano para R$7,5 bilhões (6% abaixo da nossa estimativa) e a margem bruta consolidada ficou em 65,3% (aumento de 310 bps YoY, mas 30 bps abaixo da nossa previsão). A desalavancagem operacional compensou parcialmente o ganho de margem bruta”, detalham Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi, Victor Rogatis, Clara Lustosa e Kelvin Dechen.
Os destaques teriam sido os resultados iniciais da implementação da Onda 2 no Brasil e a margem Ebitda da Avon International, no entendimento do banco. “Embora os resultados do 3T23 da empresa tenham mostrado tendências encorajadoras na implementação da Onda 2 no Brasil, esperávamos que os investidores continuassem monitorando a sustentabilidade dessas tendências positivas”, reforçam os analistas.
O Itaú BBA destaca ainda que a Natura pagou antecipadamente mais de metade da sua dívida até ao final do trimestre com os recursos oriundos da venda da Aesop. O banco conta com classificação outperform para os papéis, com preço-alvo de R$21.
The Body Shop é vendida
Em fato relevante, a Natura informou a venda da marca de cosméticos The Body Shop. A companhia assinou um acordo vinculante com a Aurelius Investment Advisory Limited, em transação considerando o enterprise value de 207 milhões de libras esterlinas, incluindo um potencial valor contingente (earn-out) de 90 milhões de libras. O pagamento do preço de venda e o earn-out ocorrerá em até cinco anos.
“A conclusão da transação está prevista para ocorrer até 31 de dezembro de 2023 e está sujeita às aprovações regulatórias usuais. A transação de venda apoiará os esforços da Natura &Co para otimizar suas operações e simplificar seus negócios, além de posicioná-la para focar em prioridades estratégicas, especialmente a integração da Natura e Avon na América Latina, o modelo de venda direta e a otimização adicional da presença internacional da Avon”, informou a Natura no documento.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) mencionou impactos positivos positivos na alavancagem. Os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini lembram que a Body Shop foi adquirida em 2017 por £ 880 milhões da L’Oreal e hoje conta com 932 lojas próprias e 1.410 franqueados. Com a operação, “o objetivo é a estabilização das receitas e fazer com que a unidade de negócios fique neutra em termos de caixa”, acreditam.
“Considerando esse ajuste às expectativas, e dada a simplificação e a redução do risco da história do capital próprio, esperamos uma reação positiva do mercado ao anúncio”, avaliou o Goldman, que possui indicação neutra para Natura e preço-alvo de R$17.